SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A equipe brasileira de judô está definida para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A última dúvida, no peso pesado feminino (acima de 78 kg), foi respondida com a confirmação do nome de Maria Suelen Altheman, 32.

A CBJ (confederação brasileira) divulgou nesta quarta-feira (16) os 13 atletas com presença garantida. O máximo de vagas era 14, mas o país não terá representante na categoria até 57 kg feminina. Foi nela que Rafaela Silva, 29, atualmente suspensa por doping, conquistou o ouro em 2016.

Depois da saída de cena da campeã olímpica, Ketelyn Nascimento, 23, tentou buscar os pontos necessários e evoluiu no ranking, mas não o suficiente para figurar na faixa de classificação.

O ranking atualizado após o encerramento do Mundial de Budapeste, no último fim de semana, será publicado nesta quarta pela federação internacional.
Para ir ao Japão, os judocas precisavam estar entre os 18 melhores de cada categoria (considerando o limite de um representante por país) ou entrar pela cota continental. Nos pesos pesados, o país teve que optar entre dois atletas qualificados em posições próximas.

Apesar de o critério de melhor colocação não ser uma imposição para a escolha, ele acabou seguido pela CBJ. Os resultados de Maria Suelen e Beatriz Souza nas últimas competições foram bastante parecidos. No Mundial de Budapeste, por exemplo, ambas ficaram com a medalha de bronze. Na ocasião, Maria Suelen lavou a alma com sua primeira vitória sobre a cubana Idalys Ortiz após 17 derrotas.

Em Tóquio, ela lutará pela terceira vez em busca de uma inédita medalha olímpica. Bia, que já compete entre as melhores do mundo aos 23 anos, buscará manter sua evolução com Paris-2024 e Los Angeles-2028 na mira.

No peso pesado masculino, Rafael Silva, o Baby, 34, e David Moura, 33, também disputavam uma vaga, mas devido aos resultados recentes e às posições no ranking ela já estava praticamente encaminhada para Baby, medalhista de bronze em Londres-2012 e no Rio-2016. Moura já havia inclusive parabenizado o rival pelas redes sociais.

O judô brasileiro possui 22 medalhas olímpicas (4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes) e há nove edições dos Jogos (desde Los Angeles-1984) sobe de forma consecutiva ao pódio.
O último ciclo, porém, foi de poucos resultados robustos e vários percalços na preparação, os principais deles o doping de Rafaela Silva e a lesão no joelho de Mayra Aguiar. A bicampeã mundial e duas vezes medalhista olímpica de bronze passou por cirurgia em setembro e só voltou a uma competição na semana passada, quando perdeu na segunda luta em Budapeste.

Ainda assim, ela continua como uma das maiores apostas de medalha do Brasil, ao lado de Maria Suelen, Baby e da equipe, novidade desta edição olímpica.
A ausência de uma representante nos 57 kg, no entanto, será um problema para a participação coletiva. Ketelyn foi a responsável por dar o ponto da vitória que garantiu o bronze ao país no Mundial diante dos russos. Sem ela no Japão, o mais provável é que Larissa Pimenta atue em uma categoria de peso acima da sua.

“Eu vejo uma evolução nessa equipe, que vem crescendo a cada resultado. Vejo, sim, a possibilidade de fazermos uma boa competição olímpica. Sempre acontecem algumas surpresas agradáveis no judô. Então, acredito que os 13 judocas brasileiros que estarão nos representando lá têm chances de trazer uma medalha. Alguns têm um caminho menos difícil, pois são cabeças de chave”, afirmou Ney Wilson Pereira, gestor de alto rendimento da CBJ.
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EQUIPE BRASILEIRA NOS JOGOS DE TÓQUIO-2020
Feminina
48kg – Gabriela Chibana
52kg – Larissa Pimenta
63kg – Ketleyn Quadros
70kg – Maria Portela
78kg – Mayra Aguiar
+78kg – Maria Suelen Altheman

Masculina
60kg – Eric Takabatake
66kg – Daniel Cargnin
73kg – Eduardo Katsuhiro Barbosa
81kg – Eduardo Yudy Santos
90kg – Rafael Macedo
100kg – Rafael Buzacarini
+100kg – Rafael Silva “Baby”

 

Foto do destaque: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br.

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