Por
Luiz Humberto Monteiro Pereira

Agência AutoMotrix

Em agosto de 2019, exatos três anos depois do lançamento da décima geração do Civic no Brasil, o sedã da Honda chegou ao mercado nacional em sua linha 2020, com uma discreta reestilização. O para-choque frontal foi redesenhado e ganhou linhas mais horizontais e, no traseiro, foi adicionado um friso cromado. Nas laterais, as colunas das portas receberam cor preto brilhante. Por dentro, novos revestimentos e apliques metalizados. A versão intermediária EXL ganhou rodas de liga leve de 17 polegadas e dez raios com acabamento grafite, sensor de chuva, saídas do ar-condicionado para os bancos traseiros e chave presencial, possibilitando que o sedã recebesse partida por botão.

O motor flex 2.0 de quatro cilindros entrega 155 cavalos e 19,5 kgfm de torque, quando abastecido com etanol. A EXL é a configuração mais equipada com motor aspirado do sedã, que move também as versões EX, a Sport e a LX. Acima dela, há a versão Touring do sedã e o cupê Si, ambos com motor 1.5 turbo. Exceto pelo cupê, todas as configurações adotam o câmbio automático continuamente variável (CVT), que conta com conversor de torque para ajudar nas arrancadas e simula 7 marchas, com opção de trocas sequenciais pelas aletas atrás do volante.

Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

Na versão EXL, o pacote de equipamentos inclui ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico com função Brake-Hold –ao parar o veículo, não é necessário manter o pé no pedal do freio–, controle de cruzeiro, botão Econ de modo de condução econômico, vidros elétricos nas quatro portas com função um-toque, sistema de áudio com tela tátil de 7 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay com comandos no volante, câmera de ré, direção com assistência elétrica e monitoramento de pressão dos pneus– quando um dos pneus tem redução na pressão, uma luz amarela acende no painel. O ar-condicionado é de duas zonas e foram incluídas providenciais saídas de ventilação para os ocupantes do banco traseiro.

Em termos de segurança, além dos obrigatórios airbags frontais e ABS, a versão EXL traz bolsas laterais e de cortina, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em aclives, sistema de vetorização por torque via frenagem automática das rodas internas e luz de frenagem de emergência. A Honda optou por não incluir no Civic brasileiro os sistemas ativos de segurança que andam em alta no segmento de sedãs –freiam automaticamente o carro em caso de acidente iminente ou evitam que o motorista saia da faixa involuntariamente.

Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

Com uma estética arrojada e ainda moderna –apesar de ter sido apresentada em agosto de 2016–, um powertrain eficiente e bons equipamentos, o Civic pode ser considerado um automóvel desejável e, não por acaso, a EXL é uma das versões puxadoras de vendas da linha. Todavia os preços cobrados pelo sedã da Honda não permitem que se torne ainda mais popular nas ruas brasileiras –a versão EXL avaliada parte de R$ 112.600, mas os preços vão dos R$ 97.900 na básica LX aos R$ 134.900 na Touring. Outra questão que certamente inibe a expansão das vendas da linha Civic em geral é o sucesso de seu arquirrival: o Corolla. O sedã da Toyota apresentou em setembro no Brasil sua linha 2020, com um visual renovado, sistemas de segurança ativa e novos motores –inclusive uma inédita versão híbrida. Em 2019, de janeiro a novembro, o Civic vendeu 24.920 unidades, enquanto o Corolla teve 51.492 emplacamentos.

EXPERIÊNCIA A BORDO

Alto nível

Por dentro, o Honda Civic EXL é o que se costuma chamar de um carrão. A cabine é caprichada e o conjunto formado pelo painel e console central no estilo cockpit podem não ser mais novidade, porém continuam visualmente impactantes. A ergonomia e o espaço interno já são bastante conhecidos e permanecem muito bons. O sistema multimídia, com tela tátil de 7 polegadas de alta resolução e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay, às vezes parece um tanto complexo, no entanto não deixa a desejar. Exibe também as imagens da câmera de ré com três imagens, que mostram linhas dinâmicas indicando onde o carro irá com o volante naquela posição – uma verdadeira mão na roda nas manobras de estacionamento.

Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

A posição de dirigir é correta, com bancos bastante confortáveis. Os bancos e o volante são revestidos em um tecido sintético que imita couro. O painel de instrumentos tem acabamento soft touch –macio ao toque. O freio de estacionamento eletrônico EPB é acionado por meio de um botão. Os vidros elétricos contam com a função de subida automática dos vidros com apenas um toque em todas as portas. A coluna de direção é ajustável em altura e profundidade. O isolamento acústico é bom para o segmento.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Vocação para o conforto

O Honda Civic é um daqueles carros que tornam o ato de dirigir um prazer. O motor entrega 155 cavalos (com etanol) e 150 cavalos (com gasolina), sempre a 6.300 rpm, com torque máximo de 19,5 kgfm (com etanol) e de 19,3 kgfm (com gasolina) a 4.800 rpm. O câmbio automático CVT colabora bastante ao obter a força necessária do motor quando é preciso. A entrega do desempenho é progressiva e as respostas são sempre rápidas. Não falta força nem em baixos giros. O CVT tem conversor de torque para ajudar nas saídas e ainda simula 7 marchas, com possibilidade de trocas sequenciais pelas aletas atrás do volante. Na prática, o conjunto basta para deixar o sedã esperto, mesmo sem a ‘pegada’ mais esportiva da versão Touring, com seu motor 1.5 turbo de 173 cavalos.

Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

Se a proposta é entregar um sedã confiável e confortável, a versão EXL a cumpre com precisão. O modo Econ faz com que o câmbio CVT troque as marchas virtuais em giros mais baixos e atua também sobre o ar-condicionado, para privilegiar a redução no consumo de combustível. A função Brake Hold permite tirar o pé do pedal do freio, mesmo em Drive, sem que o carro comece a andar antes de ser acelerado – algo bastante funcional e relaxante nos engarrafamentos. O assistente de partidas em aclive HSA também torna a vida do motorista mais fácil.

A calibragem da direção eletro-assistida progressiva é correta e a suspensão impressiona pela eficiência com que filtra as irregularidades do piso. O assistente de tração e estabilidade VSA atua com elegância quando o motorista se excede no acelerador em trechos mais sinuosos. Ágil em curvas e com uma suspensão que controla muito bem os movimentos da carroceria, o Honda Civic EXL está entre as melhores opções de sedã nacional para quem não quer abrir mão do conforto.

FICHA TÉCNICA

Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix
Foto de Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

Cilindrada: 1.997 cm3
Combustível: etanol ou gasolina
Potência: 155 cavalos (com etanol) e 150 cavalos (com gasolina), sempre a 6.300 rpm
Torque: 19,5 kgfm (com etanol) e 19,3 kgfm (com gasolina) a 4.800 rpm
Câmbio: automático continuamente variável (CVT), 7 marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson na dianteira e multilink na traseira
Freios: disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira
Tração: dianteira
Dimensões: 4,64 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,43 metro de altura e 2,70 metros de entre-eixos
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 519 litros
Tanque: 56 litros
Peso: 1.291 kg
Preço básico: R$ 112.600 na cor Branco Tafetá. Pintura metálica (como o Cinza Barion do modelo avaliado) ou perolizada que aumenta o preço em R$ 1.350

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