Coordenador da bancada federal capixaba e presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara Federal (Cedes), o deputado Josias Da Vitória está entusiasmado com a possivel exploração de jazidas de sal-gema localizadas nos municípios de Conceição da Barra, São Mateus, Ecoporanga e Vila Pavão.

“Vamos ter um futuro muito diferente no norte do Estado”, exalta o parlamentar, que participou de audiência pública para tratar do tema na noite de quinta-feira (2) no Cras de Braço do Rio. O debate foi realizado pela Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, em parceria com o Cedes.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, o parlamentar também se manifestou sobre a duplicação da BR-101 e outros investimentos para São Mateus, como a macrodrenagem de Guriri anunciada pelo Governo do Estado no Plano Estratégico de Investimentos.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, o deputado federal Da Vitória também falou sobre a duplicação da BR-101 e outros investimentos para São Mateus, como a macrodrenagem de Guriri anunciada pelo Governo do Estado no Plano Estratégico de Investimentos.

Rede TC de Comunicações – Deputado, na avaliação do senhor, o que pode representar para o norte do Estado e para o Espírito Santo a exploração das jazidas de sal-gema?

Deputado federal Josias Da Vitória – Nós conseguimos alcançar o objetivo ontem [quinta-feira, 2], colocando muitos representantes da sociedade [na audiência pública em Braço do Rio], moradores da região de Conceição da Barra, também de outros municípios e vários prefeitos. Tivemos onze cidades representadas pelos seus respectivos prefeitos, tivemos vários vereadores desta região, empresários. Também a Federação da Indústria [Findes], representante da Agência Nacional da Mineração, que fez um debate técnico junto conosco, e vários outros segmentos, mais a Assembleia Legislativa, com o deputado Marcelo Santos, o presidente [Erick Musso], o deputado Freitas e de outros parlamentares como a deputada Raquel e o deputado Marcos Madureira.

Todos eles propuseram essa agenda para quê? Para apresentar o potencial econômico que é essa exploração de sal-gema que há tantos anos, aproximadamente 50 anos, já era anunciada aqui na região. Com a nova realidade, estes lotes sendo colocados para disponibilidade no dia 8 setembro, a gente tem certeza que o passo foi dado e concretizado com sucesso porque já está anunciado que tem mais de dois participantes em todos os lotes.

 

Rede TC – Quais ações o senhor está realizando para contribuir na viabilidade da exploração das jazidas de sal-gema de forma sustentável?

Da Vitória – É um tema que antes a gente tinha o desafio político. Os representantes do Congresso, que são muito fortes no Nordeste, não permitiam que essa área fosse colocada em disponibilidade, até porque a detentora do registro era a Petrobras e não abria essa disponibilidade. Mas as regras existem. E nós, a bancada federal capixaba, fizemos um movimento muito forte, dez deputados federais e os três senadores. Destaco o deputado Felipe Rigoni que dedicou muito tempo também estudando esse tema. Fizemos com que o processo que está sendo licitado agora, com várias áreas no País, onze aqui da região, fossem inclusas.

Diferente do Nordeste, em Maceió por exemplo onde a exploração teve problemas, nós não temos jazidas aqui em área urbana. Elas são em área rural e a gente vai ter a possibilidade de fazer essa extração muito segura, também preservando o meio ambiente. Uma parte destas jazidas está no Parque de Itaúnas. Mas vamos fazer com que todas as condicionantes sejam cumpridas, desde o licenciamento ambiental, licença prévia, licença de instalação, licença de operação, que é o que manda a regra.

 

Rede TC – Como pretende acompanhar esse processo de exploração do sal-gema na região?

Da Vitória – Estaremos acompanhando porque a bancada federal deu esse passo importante e ontem [quinta-feira, 2] a agenda fez com que todos que participaram dela soubessem do potencial econômico que é. São aproximadamente 12 bilhões de toneladas a serem exploradas. É uma mina de ouro. Mais potente porque o ouro acaba mais rápido. Nossos filhos, netos, bisnetos, vão poder usufruir deste potencial econômico. E o que a gente precisa é preparar a sociedade, principalmente com quem governa, com os prefeitos, vereadores, porque precisamos qualificar o nosso pessoal. Vamos ter várias oportunidades. A expectativa é de mais de 15 mil empregos. Então, a tão sonhada ação de investimento para trazer empresas para cá, o sal-gema resolve tudo, não só com a exploração, que vai precisar de muita mão de obra, mas também com o beneficiamento de material. Por exemplo, o PVC é o maior resultado do beneficiamento do sal-gema e a gente espera que essas empresas possam vir para cá para beneficiar esse material aqui na região.

 

Rede TC – Qual é o principal mercado que se beneficiará com a exploração do sal-gema na região?

Da Vitória – Aqui próximo, São Paulo e Minas Gerais, são dois estados que mais compram para poderem produzir esse material [o PVC]. Mas acredito que, com a capacidade que a gente tem aqui na região norte, com o benefício da Sudene, com possibilidade de ferrovias, porto e aeroporto que estão chegando aqui, a duplicação da BR-101 que também é um trabalho que a bancada tem acompanhado e ajudado, nós vamos ter um futuro muito diferente para o norte do Espírito Santo. Esse é o potencial do Brasil, do Estado, de Conceição da Barra, São Mateus e toda essa região. O importante agora é que nós possamos mostrar a toda iniciativa privada o potencial econômico que nós temos para que alguém realmente possa explorar e fazer esse investimento.

Rede TC – Como qualificar essa mão de obra potencial aqui na região?

Da Vitória – Tivemos ontem [participando na audiência] o reitor do Ifes, o Jadir Pela, que é uma pessoa muito ligada a bancada porque ela tem sido solidária com investimento, com emendas e recursos. Nós temos 22 campi do Ifes no Espírito Santo, de muito sucesso, e vamos colocar o radar agora nessa região porque a gente precisa fazer com que as perspectivas de postos de trabalho, das profissões necessárias para utilização nesta exploração, possam ter a qualificação a nível de governo. E o Ifes é uma das maiores referências que temos no País para qualificar os nossos cidadãos, principalmente os nossos jovens.

Rede TC – Outro assunto pertinente, que o senhor já tocou, é em relação à duplicação do trecho norte da BR-101, cujo processo vem se arrastando há anos. Qual a situação neste momento do licenciamento ambiental da rodovia?

Da Vitória – A gente já tinha o cidadão capixaba sem a esperança, não acreditava mais que isso [a duplicação da BR-101] iria acontecer, até porque a Eco101 ficava num conforto, numa falta de responsabilidade desta concessionária, que tem um potencial jurídico de advogados, mas sempre defendia o seu interesse econômico. E quando o Ibama não concedeu o licenciamento do trecho que compreende a Reserva de Sooretama, ela usava desse argumento para não fazer a duplicação de todo o trecho do norte do Espírito Santo. Quando uma empresa depende de receber os seus recursos para poder entregar uma obra, ela arranja um jeito de buscar o licenciamento rapidinho, mas como é o inverso, se ela não licenciasse ela não gastava, então, naturalmente, ela estava na comodidade.

E nós começamos uma ação muito mais enérgica, muito mais firme, acompanhando com clareza cada morte que acontece no trecho do Espírito Santo. O que tem mais acontecido é morte nesta região e eu faço uma representação de cada uma no Ministério Público Federal porque é uma responsabilidade dela sim. Um contrato desde 2013 que recebe seus pedágios em dia, majora com as correções que tem, e não duplica a rodovia? Então o Ibama já anunciou que vai conceder o licenciamento separando o trecho de Sooretama para que a gente possa ter essa obra também executada na região norte. Uma intervenção que a bancada tem feito para poder fazer com que essa duplicação possa ser cumprida.

 

Rede TC – E o trecho que passa dentro da Reserva de Sooretama, o que tem definido ou quando será essa definição?

Da Vitória – Será feita uma análise de quais intervenções poderão ser feitas, mas até que essa análise seja concluída, estamos com obras sendo executadas à frente. Possivelmente não será a mesma intervenção que será feita nos demais trechos, talvez sejam aproveitados acostamentos, retirados acostamentos… A proposta do ministro Tarcísio [Gomes de Freitas, de Infraestrutura] é fazer três vias e dá um fluxo melhor neste trecho, sem acostamento, se não puder ampliar e avançar na reserva. A gente compreende também que a Reserva é um patrimônio da sociedade, mas pela coletividade, também precisa da rodovia, a mais importante do País. Ela merece também o respeito, na capacidade de desenvolvimento que está sendo anunciado, com tantas conquistas, principalmente como essa do sal-gema.

O deputado Da Vitória participou da audiência pública em Braço do Rio para debater a exploração das jazidas de sal-gema no norte do Estado.

 

Rede TC – Quais outros investimentos o senhor vislumbra para São Mateus e o norte do Estado?

Da Vitória – Tivemos recentemente uma visita na US3, onde estamos ajudando a destravar recursos para que possam ser pagas as obras e isso alcança todos os cidadãos na saúde. Recentemente colocamos R$ 2,5 milhões de emenda para ser construída outra parte do calçadão de Guriri. Colocamos agora mais de R$ 2 milhões para serem liberados ainda em 2021, num total de R$ 4,5 milhões. A gente agradece o Governo do Estado, que tem feito uma participação forte aqui sob nossa interlocução aproximando a administração municipal. São muitas obras na educação, saúde, infraestrutura, agricultura, mas uma delas é o sonho de todos os nossos mateenses, que é a macrodrenagem em Guriri, uma obra de aproximadamente R$ 90 milhões que o governador já autorizou e vai dar esse presente aqui para a Cidade.

Então, o governador tem nosso respeito, nossa parceria. São Mateus é uma cidade que nós defendemos muito e queremos ter essa relação com o Governo do Estado, com o Governo Federal, próxima da nossa Cidade. Esse é o nosso papel, unir a Câmara, junto com o prefeito, o governador, o presidente, para que as coisas aconteçam aqui na Cidade.

Na manhã de ontem, o deputado se reuniu com todos os vereadores de São Mateus para apresentar os resultados do trabalho dele na Câmara dos Deputados e se colocar à disposição das demandas mateenses.
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1 COMENTÁRIO

  1. Vai demorar mais uns 50 anos até ser liberado, tem que passar pelo IEMA, toda documentação para liberar.
    Não adianta querer colocar a carroça na frente dos cavalos, vai ser igual o tal Porto, depende de liberação ambiental, impacto muito grande para o meio ambiente.

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