JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Segundo Luis Stuhlberger, presidente e gestor da Verde Asset Management, uma das mais respeitadas e bem-sucedidas gestoras de fundo do Brasil, a escolha entre economia e saúde na crise do coronavírus é uma escolha de Sofia.
“Essa discussão ‘saúde versus economia’ não é fácil. Eu não queria estar no governo de nenhum país e tendo que definir sobre isso porque é uma escolha de Sofia. São decisões duras, onde não tem um lado certo e um lado errado”, disse Stuhlberger em transmissão ao vivo da XP Investimentos neste sábado (18).

A Verde sofreu os impactos da crise do coronavírus no mercado financeiro e viu a rentabilidade de seus fundos de investimento despencar. Em março, a gestora afirmou que subestimou a pandemia e começou a comprar ações “muito cedo”.

Por acreditar em uma recuperação mais rápida nos Estados Unidos, a maioria da Verde está em ações americanas.

Stuhlberger disse estar confiante em uma recuperação brasileira, mas que, com o comprometimento fiscal do governo, deve ser mais difícil.

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“O governo brasileiro tomou boas atitudes. Mas, em dois anos, o coronavírus vai nos tirar reforma da Previdência com aumento de gastos e queda na arrecadação”, disse o gestor.

Ao aprovar a reforma da Previdência, em 2019, a equipe econômica do governo estimava, em um prazo de dez anos, economia de cerca de R$ 800 bilhões para o Estado.

Com a queda do mercado acionário brasileiro, a Verde aproveitou para comprar ações que antes considerava caras, como Localiza e Magazine Luiza. A gestora também investe na Equatorial, que deve ser beneficiada pelo socorro do governo ao setor elétrico, e nas empresas do setor de saúde Intermédica, Sulamérica e Hapvida.

Em janeiro, Stuhlberger disse que havia uma bolha na Bolsa brasileira. “Os órfãos do CDI estão diversificando tudo o que aparece”, afirmou à época.

Ele também criticou a continuação do corte de juros por parte do Banco Central que, por ele “deveria ter parado no 4,75% para depois não ter que subir de novo”.

Na transmissão deste sábado, o gestor atribui a rápida desvalorização do real à velocidade de redução da Selic, que, em menos de um ano, foi de 6,5% ao atual patamar de 3,75% ao ano.

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O dólar está a R$ 5,24, com uma alta de 31% em 2020.

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