MARINA DIAS
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos ultrapassaram nesta segunda-feira (6) a marca de 10 mil mortes confirmadas por coronavírus, às vésperas do que o país espera ser o pico da pandemia no território americano, em 15 de abril.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os EUA têm agora 347 mil casos e 10.335 mortes pelo novo vírus. Em uma semana, o salto no número de vítimas foi de mais de 7 mil pessoas.

Foto: Reprodução

A curva do coronavírus nos EUA segue crescendo vertiginosamente desde o meio de março e o governo Donald Trump afirmou que as próximas duas semanas devem ser decisivas para o país, comparando-as inclusive aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.
“A próxima semana será o nosso momento 11 de Setembro, o momento mais difícil para muitos americanos em toda a sua vida”, disse o diretor do serviço de saúde pública dos EUA, Jerome Adams.
Para o meio de abril espera-se o pico de transmissões em Nova York, hoje o estado com situação mais crítica em meio à pandemia nos EUA, e a piora do quadro em Nova Jersey, Michigan e Nova Orleans.
As projeções mostram que não há testes nem recursos médicos e leitos disponíveis para todos os pacientes de coronavírus no país e o número de mortes em um único dia pode ultrapassar os 3 mil em 16 de abril.
Em Nova York, o pico para a pandemia é esperado para dia 9 de abril, mas o governador Andrew Cuomo estendeu as medidas de isolamento social até dia 29 do mesmo mês e vai aplicar multa de US$ 1 mil (R$ 5,2 mil) para quem descumprir as normas.
Segundo Cuomo, as internações começaram a diminuir no estado.
Na semana passada, a Casa Branca apresentou pela primeira vez números oficiais sobre o impacto do novo vírus na vida dos americanos e conferiu um tom mais sóbrio e realista a Trump, que chegou a minimizar a pandemia.
Segundo as projeções, de 100 mil a 240 mil pessoas devem morrer no país mesmo com a adoção das medidas de distanciamento social, que Trump estendeu até 30 de abril.
A letalidade do coronavírus, porém, ainda segue numericamente maior em países da Europa, apesar de a curva indicar que começa a diminuir: na Itália são 132,5 mil casos e 16.523 mortes, enquanto na Espanha são 135 mil casos e 13.139 mortes. Os EUA é o terceiro país hoje em número de mortes.
O total de casos do Covid-19 no mundo –que tem aumentado rápida e diariamente– chegou a mais de 1,3 milhão nesta segunda-feira, com 72,6 mil mortos.
Com as medidas de isolamento –que variam de estado para estado nos EUA– mais de 90% dos americanos estão sob restrições sociais.
De acordo com especialistas, a demora no processo dos testes para detectar o Covid-19 deu a falsa impressão de que o perigo ainda não havia chegado aos EUA e deixou por muito tempo autoridades e população desarmadas, enquanto a transmissão se dava em marcha invisível e exponencial.
A confirmação do primeiro paciente com coronavírus nos EUA foi em 20 de janeiro.
Trump declarou estado de emergência nacional após 51 dias, em 13 de março. Menos de duas semanas depois, o país registrava 83.012 casos e 1.301 mortes, superando China e Itália e tornando-se o epicentro do vírus.

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