segunda-feira, outubro 14, 2024
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Das 5 chapas que disputam a Prefeitura de São Mateus, só a de Carlinhos Lyrio não tem participação de mulher

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ELEIÇÕES DESTE ANO TÊM TRÊS CANDIDATAS A VICE-PREFEITA E UMA NA CABEÇA DE CHAPA NA DISPUTA MAJORITÁRIA

 

 

 

 

Por Wellington Prado e Claudio Caterinque
Repórteres

São Mateus – Das cinco chapas na disputa majoritária em São Mateus, apenas a do candidato Carlinhos Lyrio (Republicanos) não tem participação de mulher. As demais têm participação feminina, seja na cabeça de chapa, como é o caso da Professora Zenilza Pauli (PT), ou como candidatas a vice-prefeita. As professoras Raquel (Podemos) e Musa (PL), além da engenheira agrônoma Paloma Pancieri (Progressistas) são as postulantes ao cargo de vice-prefeita nas chapas encabeçadas por Marcus da Cozivip (Podemos), Nilis Castberg (PL) e Henrique Follador (PDT), respectivamente.
Carlinhos Lyrio tem como candidato a vice-prefeito o também radialista Ferreira Júnior (Rede). À Reportagem, Carlinhos argumenta que houve dificuldade na disponibilidade de mulheres em querer disputar, ainda que os partidos alinhados à candidatura dele apresentem nomes femininos em seus quadros de filiados.
Afirmando ser uma questão de maior profundidade, adianta que tem a proposta de, sendo eleito, criar uma espécie de núcleo da mulher “para colocar a mulher para participar mais ativamente da vida política”.

Carlinhos Lyrio preferiu apostar na candidatura a vice-prefeito de Ferreira Júnior, excluindo a possibilidade de participação feminina na chapa. Foto: Divulgação

Mesmo a mulher conquistando vários espaços no meio político, e em outras áreas, como nos esportes, Carlinhos Lyrio diz ainda observar “que são poucas as mulheres que se entregam na política”.
Porém a história tem demonstrado que as mulheres brasileiras estão cada vez mais buscando espaços. Tivemos recentemente a primeira mulher eleita presidenta do Brasil, Dilma Roussef, que posteriormente foi comandar o banco dos Brics, uma das maiores instituições financeiras do mundo, além de elas estarem ocupando cada vez mais espaços nas câmaras de vereadores e dos deputados, assembleias legislativas, Senado Federal, e nos governos. Também, pela primeira vez na história, elas foram maioria na delegação brasileira nos Jogos Olímpicos.

 

Candidatos avaliam participação feminina

São Mateus – Por outro lado, as outras chapas conseguiram indicar mulheres, seja como candidatas a vice-prefeita, ou como candidata a prefeita. A Reportagem ouviu também estes candidatos para falarem sobre a participação da mulher na política.
Marcus da Cozivip afirmou que escolheu a Professora Raquel por ela ser mulher da área da educação e servidora pública. O candidato disse entender que ela poderá levar “um olhar mais criterioso aos detalhes” em uma possível gestão dele, “com o carinho peculiar das mulheres”. Marcus acrescenta que enxerga na candidata a vice-prefeita uma pessoa “para ir além do papel de vice, mas ajudar nas tomadas de decisões”.
Henrique Follador frisa que sempre demonstrou o interesse de ter uma mulher como candidata a vice-prefeita e a escolha de Paloma Pancieri “é para ter na administração um olhar sensível a questões técnicas-administrativas, característica feminina, pela capacidade técnica por ter exercido a função de secretária de Agricultura”.
Sendo assim, disse entender que ela tem condições de fomentar e atender os anseios dos empreendedores rurais. Henrique reforça o objetivo de abrir ainda mais espaço para a participação feminina na política, além de cooperar para que elas ocupem cada vez mais os espaços em todas as áreas.
Já Nilis Castberg frisou que há uma discussão global sobre o papel da mulher na política e em todas as áreas. No entendimento dele, para administrar o Município, “é preciso trabalhar as políticas públicas da mulher, respeitando e fazendo com que elas ocupem o espaço na condução da cidade”.
“Porque elas são preparadas, habilidosas, são mães, geram a vida e são profissionais”, acrescenta. Neste sentido, afirma que a escolha da Professora Musa foi no sentido de ela ser “uma referência para muitas outras, que talvez estejam no anonimato, no canto”. Além disso, destaca “a necessidade de políticas para lidar com a violência contra a mulher”.
A Professora Zenilza, que tem como candidato a vice-prefeito Márcio Carteiro (PT), disse entender que é preciso desmistificar a ideia de que “política é majoritariamente masculina”. Aponta que há políticas públicas que precisam ser pensadas e que mulheres têm capacidade e sensibilidade maior. Contudo, frisa que o objetivo não é a segregação masculina, mas a igualdade.
Com a mulher na política, Zenilza avalia que é uma forma de levar à sociedade o respeito e as discussões de igualdade, além de quebrar preconceitos, não somente na política, mas em outras áreas.
Para ela, os diferenciais que a mulher pode incorporar à gestão são as características próprias delas de serem mais detalhistas. “As estatísticas mostram que as mulheres se envolvem muito menos com corrupção, têm um senso de cuidado muito forte”, acrescenta.
Aos 47 anos, Professora Zenilza Pauli tem experiência de 27 anos na educação, sendo professora de Alfabetização, Matemática, diretora escolar nas redes pública e privada, além de já ter exercido a função de presidente do Conselho Municipal de Educação, dirigente sindical e secretária municipal de Educação.

Candidatas afirmam objetivo de trabalharem ativamente na gestão

São Mateus – As candidatas a vice-prefeita Paloma Pancieri, Professora Raquel e Professora Musa, afirmam que em eventual vitória nas urnas, trabalharão de forma ativa e serão vozes na condução da gestão do Município.

PALOMA
Paloma Pancieri sustenta que a participação política da mulher é um direito e que tem notado mais espaço para a voz feminina no meio. Conforme diz, a mulher, no empoderamento feminino, tem a particularidade de se colocar no lugar do outro, além de apresentar um olhar mais humano. Primeira mulher secretária de Agricultura da história de São Mateus, Paloma afirma que, além do diferencial do olhar feminino, ela tem experiência em gestão pública e pode contribuir em todas as áreas, além de atuar na inclusão e equidade de gênero.
A candidata, inclusive, aponta que já tem em mente propostas para inserir numa eventual gestão, como políticas públicas voltadas para as mulheres, jovens e causas animais.
Paloma tem 29 anos e já atuou como coordenadora de Engenharia Agronômica e secretária de Agricultura em São Mateus, é diretora administrativa licenciada do Crea-ES e microempresária individual na área de consultoria agronômica. Ela é formada em Agronomia, com mestrado em Agricultura Tropical.

PROFESSORA RAQUEL
A Professora Raquel afirma enxergar que as mulheres atualmente têm um papel importante na política por terem “um olhar materno diferenciado”. Ela frisa que por muito tempo as mulheres foram impostas a acreditarem que “política é para homens”. “Com luta, as conquistas foram surgindo”, embora avalie que ainda há barreiras a serem derrubadas.
A candidata sustenta que quer ser “uma vice-prefeita atuante” e entende que tem potencial “muito grande” para contribuir com o Município, fugindo do que considera “ser uma vice apenas para fazer configuração”. “Venho com a proposta de ser uma vice diferenciada. Quero estar trabalhando, atuando, fazendo parte dessa mudança que a gente está propondo” – afirma.
Aos 51 anos, a Professora Raquel trabalha há 25 anos na Escola Dora Arnizaut Silvares (Caic). Já exerceu a função de diretora escolar, é formada em Pedagogia e tem especialização em Supervisão e Gestão na área escolar.

PROFESSORA MUSA
A Professora Musa Marina afirma que o papel da mulher na política “é ter um olhar mais humano, com mais empatia social, com o dom de cuidar”. Sendo assim, ela diz que é possível ampliar “esse lado tão maternal com o profissional”.
Neste cenário, a candidata a vice-prefeita afirma que pretende cumprir um papel social em possível gestão, sendo comunicável com a população e utilizando a experiência dela na arte e na comunicação. Inclusive, afirma que tem propostas para conduzir um gabinete itinerante “e ouvir as necessidades da população”.
Católica, a Professora Musa tem 37 anos, possui formação em Educação Física e Comunicação Social e é pós-graduada em Artes. Professora de Educação Física na rede pública, ela dirige um grupo teatral em Guriri.

 

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