O gestor ambiental e economista Eduardo Rodrigues da Cunha, o Duzinho, protocolou nesta segunda-feira (4), no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), um pedido de análise técnica nas águas e no solo do Rio Santana e entorno, em Conceição da Barra. De acordo com Duzinho, que é ex-secretário de Meio Ambiente de São Mateus, nesta terça-feira o Iema deve agendar uma ida ao local, que possivelmente poderá acontecer na quarta-feira. Ele pretende buscar ajuda também junto a Funasa, Ministério Público e Polícia Militar Ambiental.
No fim de semana, Duzinho encaminhou à Rede TC fotos do Rio Santana, que passa nos fundos do sítio dele, na localidade de Santana, em Conceição da Barra. Segundo ele, há cerca de 90 dias começaram a morrer peixes, caranguejos e “todos os seres vivos que habitavam o rio naquela região”. Duzinho inclusive registrou a morte de um gato, que consumia alevinos e caranguejos na localidade.
O mesmo problema de mortandade de peixes e outros animais já havia sido relatado pelo capitão da reserva da Polícia Militar Jair Repeker, que é piscicultor. Segundo Repeker, peixes que estavam num tanque natural na propriedade dele morreram após bombeio de água do manancial. Ele disse que animais que se alimentavam desses peixes também apareceram mortos.
Em mensagem à Rede TC, Repeker relata que “não existe mais vida no Rio Santana” e que “até os caranguejos estão fugindo para o meio das pastagens”, indicando como testemunha ocular um morador da localidade.
NATIVO
Em reportagens anteriores da Rede TC, o líder comunitário do Nativo de Barra Nova Jerônimo Nunes Coutinho também havia relatado que alguns mananciais estavam com sinais de possível contaminação, registrando mortandade de peixes, aves e outros animais no Vale da Lagoa Suruaca.
Secretário diz não ter demanda
formal relatando problema
Mesmo tendo enviado um técnico da Secretaria de Meio Ambiente para analisar a situação do Rio Santana, o secretário André Tebaldi disse não ter recebido nenhuma demanda formal relatando problema com possível contaminação do manancial. De acordo com ele, por meio de análise visual, o técnico identificou que a mortandade de peixes relatada pelo capitão Jair Repeker pode estar relacionada com falhas no manejo do tanque natural.
Ele afirmou ainda que uma equipe do Centro Universitário Norte do Espírito Santo também esteve no local. “Ninguém conseguiu provar nada. Os dados que temos são muito vagos. Mesmo assim, um técnico da secretaria fez um laudo que será encaminhado ao Ibama” – disse o secretário.
Tebaldi relata ainda que o manancial abrange diferentes propriedades, e que, mesmo assim, não recebeu nenhum comunicado de que esteja acontecendo mortandade de animais em outros locais. “A gente reconhece que tem falha em dar uma resposta, mesmo porque não temos como analisar, não tem uma perícia especializada”.