Com 45 anos de medicina, incluindo 16 trabalhando em unidades de terapia intensiva (UTI), o médico José Luiz Silva Neves entende que, em relação à covid-19, é preciso que o médico busque conter a infecção do primeiro ao quarto dia em que o paciente apresentar sintomas. “Depois que você comprometeu todo o pulmão, poucos casos vão conseguir reverter”, avalia.

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Diante da polêmica sobre o uso da cloroquina em pacientes com a covid-19, Dr. José Luiz foi suscinto em dizer que é preciso que o médico busque meios para, de forma rápida, evitar o comprometimento dos pulmões.

Neurologista e neurocirurgião, José Luiz destaca que a pandemia do novo coronavírus teve uma repercussão jamais vista no mundo. “A gente não sabe até onde foi realmente necessário. Foi necessário no momento em que está morrendo gente, mas já pensou no que está matando por dia a tuberculose, a H1N1. A dengue está matando muita gente” – sustenta.

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Entretanto o médico percebe que ainda há muitas dúvidas sobre o novo coronavírus. “A população fica toda assustada e a gente, pelo sim ou pelo não, sem saber direito como as coisas funcionam, tem que seguir as orientações das autoridades de saúde, que estão estabelecendo normas como isolamento social, procurar não ter aglomeração. Isso a gente tem que respeitar, não tem como evitar”.

Dr. José Luiz acredita que, possivelmente, todos poderão ser contaminados. “Se desenvolve a doença, ou não, é outra história”, salienta. Ele frisa que o isolamento social tem o objetivo de evitar um pico grande de pessoas doentes ao mesmo tempo, com necessidade de assistência hospitalar e sem dispor de respiradores para todos.

“Vírus rodando desde novembro”

O médico José Luiz Silva Neves avalia como “impossível que a maioria das pessoas no mundo ainda não tenha tido contato com o novo coronavírus”. Ele argumenta que o vírus está rodando desde novembro e atualmente as pessoas têm facilidade de deslocamento entre os países, algo que não era visto em outros séculos e décadas. “O que deve ter de pessoa contaminada que não apresenta sintomas, que já desenvolveram anticorpos, é muito grande”, afirma.

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“Pelo sim, ou pelo não, vamos ficar em casa até a hora que a gente aguentar. Até quando as pessoas vão conseguir viver com 600 reais? vai depender da necessidade de cada um” – pondera.

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