Bispo de São Mateus, Dom Paulo Bosi Dal’Bó conclamou para domingo (14) orações em intenção dos mortos pela covid-19 e também pela cura dos infectados, proteção de todos e fim da pandemia do novo coronavírus. Os sinos das igrejas serão tocados ao meio-dia, momento em que é solicitado aos fiéis que parem o que estejam fazendo e rezem o Santo Terço, num espírito de comunhão e de unidade, além de acompanharem as missas por redes sociais.

A conclamação ocorreu em carta aberta assinada também pelo arcebispo de Vitória, Dom Dario Campos, pelo bispo de Colatina, Dom Wladimir Lopes Dias, e pelo administrador da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, padre Walter Luiz Barbiero Milaneze Altoé. Eles manifestam que a província eclesiástica capixaba se une a todas as famílias que perderam entes queridos para a covid-19.

Tornada pública na festa de Corpus Christi, a carta lembrava que o Estado do Espírito Santo se aproximava de 1.000 mortos por covid-19.

“Talvez nossa reverência silenciosa, unida às nossas orações, diante de tantas vidas tombadas, seja mais eloquente do que palavreados vazios. Os sinos de nossas dioceses se dobram neste dia pelas vítimas da pandemia da Covid-19, elevando a Deus nossas súplicas pelas vidas que partiram abruptamente, deixando um vazio impreenchível e um rastro de pessoas enlutadas e com lágrimas nos olhos” – reforça a carta dos líderes católicos.

O bispo de São Mateus reforça que os padres colocarão, em todas as missas de domingo, a intenção especial pelas vítimas fatais da covid-19, e “rezem pelos que foram infectados para que sejam curados, rezem igualmente pela proteção de todos e pelo fim da pandemia”.

LEIA TAMBÉM: CONTRA O CORONAVÍRUS – Bispos pregam isolamento social e decisões políticas com base científica

Leia também:   Força Tática recupera carros roubados e detém dois em São Mateus

CARTA DOS BISPOS

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi)

Por quem dobram os sinos?

“…Dias de aflição vêm ao meu encontro. Eu caminho no luto, sem sol. Minha pele fica escura e cai…Minha cítara está de luto e minha flauta acompanha os pranteadores” ( Cf. Jó 30,27-31)

Caros irmãos e irmãs

Dói! Dói! Dói!

Nesta quinta-feira (11), atingimos em nosso Estado a triste marca de mil pessoas mortas pelo novo Coronavírus, um marco indesejável que muito nos entristece. As Dioceses do Espírito Santo (São Mateus, Colatina, Vitória e Cachoeiro de Itapemirim) se unem a todas as famílias que perderam seus entes queridos para esse inimigo invisível, que ceifa vidas, transforma sonhos em pesadelos e tira nossa liberdade.

É um momento único em nossa jornada, não há muito que possa ser dito, além da oração recolhida em cada coração que sobe até ao coração de Deus. Talvez nossa reverência silenciosa, unida às nossas orações, diante de tantas vidas tombadas seja mais eloquente do que palavreados vazios. Os sinos de nossas dioceses se dobram neste dia pelas vítimas da pandemia da Covid-19, elevando a Deus nossas súplicas pelas vidas que partiram abruptamente, deixando um vazio impreenchível e um rastro de pessoas enlutadas e com lágrimas nos olhos.

O momento que estamos atravessando exige mudança no pensar, no falar e no agir, fazendo do isolamento social, mais do que um dever, tornando-o um gesto de compaixão. É preciso que cada um tenha consciência e mantenha-se em casa para evitar o contágio e, por ele, o sofrimento de outras famílias. Pede-se do poder público, em todos os níveis, atitudes sérias de governo, a fim de restringir a circulação das pessoas, sem tergiversar, pois, nesse momento, não podemos nos envergar diante das pressões de grupos econômicos. Todos devemos nos comprometer, pois, ninguém, e nem nenhuma instituição, pode se omitir ou  transferir suas responsabilidades diante desse trágico quadro. Não há espaço para indiferença à vida humana, principalmente quando ouvimos os apelos do Evangelho e as palavras de Jesus: “Eu vim para que todos tenha vida e a tenham em abundância!” (Jo 10,10).

O Evangelho nos compromete e interpela na direção da defesa da vida, principalmente, dos mais vulneráveis, superando a lógica excludente do mercado e reconhecendo em cada pessoa um irmão e uma irmã. Sendo assim, poderíamos ter evitado muitas das mortes se as restrições adotadas tivessem sido ampliadas e não afrouxadas. De maneira especial, buscando locais adequados para isolamento dos mais vulneráveis, leitos próprios para atender os infectados que precisam de cuidados intensivos e a garantia do acesso à renda mínima para dar dignidade às famílias. Neste sentido, as decisões políticas devem ser tomadas, estritamente, com base no conhecimento técnico e científico, caso contrário, outras milhares de vidas serão sacrificadas e muitas famílias sofrerão a perda de seus entes queridos. Ainda há tempo para que nossas ações sejam eficazes e salvem muitas vidas, a fim de que possamos sair fortalecidos como sociedade diante deste desafio global. Desse modo, unamos nossas forças independente de qualquer elemento que possa nos diferenciar, a fim de que unidos possamos fortalecer os laços de solidariedade, cuidado e humanidade, que fazem de nós irmãos e irmãs.

As mãos não podem se tocar, nem os braços se abraçarem, mas os joelhos ainda podem se dobrar. Por isso, como bispo desta amada Diocese de São Mateus, em comunhão com toda a Província Eclesiástica do Estado do Espírito Santo, com amor de pai, CONCLAMO a todos os presbíteros para que em todas as missas do próximo domingo (14/06/2020) coloquem como intenção especial as vítimas do COVID-19 que já celebram sua páscoa no céu, rezem pelos que foram infectados para que sejam curados, rezem igualmente pela proteção de todos e pelo fim da pandemia. Ao meio dia (12:00 – horário onde os ponteiros apontam para o céu), toquem os sinos em todas as Igrejas, onde for possível. Neste mesmo horário, CONCLAMO também a todos os fiéis, ou quem puder, num espírito de comunhão e de unidade, além de acompanhar as missas pelas redes sociais, pararem o que estiverem fazendo e rezarem o Santo Terço pelas mesmas intenções. Os fiéis de outras denominações religiosas também são convidados a rezarem conosco as orações próprias de sua profissão de fé, seguindo as orientações de seus lideres religiosos. É o momento de unir o céu e a terra pelo fim da pandemia.

Cheios de confiança e esperança no amanhã, peçamos a Deus que nos livre deste mal e nos abençoe confiando-nos à intercessão da Virgem da Penha, padroeira do nosso Estado. Colocando-nos nas mãos do Senhor, utilizando as palavras do salmista: “na minha angústia, invoquei o SENHOR; ao meu Deus, lancei o meu grito, do Céu ele ouviu minha voz, meu grito chegou aos seus ouvidos”.

Fraternamente!

Dom Frei Dario Campos, ofm – Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Vitória – ES

Dom Paulo Bosi Dal´Bó – Bispo Diocesano de São Mateus

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias – Bispo Diocesano de Colatina

Pe. Walter Luiz Barbiero Milaneze Altoé – Administrador Diocesano de Cachoeiro de Itapemirim.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here