Antes de ser nomeado bispo, Dom José Dalvit atuou como padre nas paróquias de Nova Venécia, São Mateus e Montanha.

A Segunda Guerra Mundial destroçava a Europa quando o italiano José Maria Dalvit estava sendo ordenado sacerdote. Era o dia 10 de abril de 1943 e aquele jovem de 24 anos, ainda sem saber, conectava seu futuro diretamente com o de São Mateus. Nascido em Pressano (Trento), o filho de Eugenio Dalvit e Francisca Salice assumia a causa missionária, mas, por conta da guerra, ainda esperaria 10 anos, atuando nos seminários de Crema e Brescia, antes de ganhar o mundo, atravessando o Oceano Atlântico.

Em 1953, finalmente foi destinado como missionário ao Brasil, onde chegou em novembro. Já no início de 1954, integrava o presbitério da Diocese do Espírito Santo, assumindo as paróquias de Serra e Fundão. No mesmo ano, tomou o destino do norte, para atuar na Paróquia de Nova Venécia. Nos dois anos seguintes, foi vigário em São Mateus. Em 1957, atuou por algum tempo em Montanha, e, de lá, seguiu para São Paulo, onde trabalhou por um tempo na Paróquia de Caxingui.

Em 16 de fevereiro de 1958, a Santa Sé publicou a bula Cum territorium, assinada pelo Papa Pio XII, criando as dioceses de São Mateus e de Cachoeiro de Itapemirim e a Arquidiocese de Vitória. Era 9 de maio de 1959 quando o padre José Dalvit foi nomeado primeiro bispo de São Mateus. Exatos 51 dias depois, entrou formalmente para o episcopado, sendo sagrado bispo em Vitória, pelo então núncio apostólico dom Armando Lombardi. No finzinho da tarde de 19 de setembro daquele 1959, o bispo italiano chegava a São Mateus. No dia seguinte, a Diocese seria instalada com a posse de José Maria Dalvit.

De 20 de setembro de 1959 até 28 de junho de 1970, Dom José empregou as forças que tinha, sempre com o apoio dos colegas missionários combonianos, para construir uma Igreja Diocesana e erguer estruturas básicas do norte capixaba, com abertura de escolas e hospitais, principalmente. Buscava também, com empenho especial, constituir um clero diocesano e formar as lideranças leigas. Em 1962, 1963, 1964 e 1964, participou, com todos os outros bispos do mundo inteiro, do Concílio Vaticano II, em Roma. Dom José criou os quatro zonais –rebatizados como foranias– para dinamizar a Pastoral Diocesana, instalou várias paróquias e ordenou dois padres.

“Em 1969, ciente de que a saúde estava piorando, Dom José tentou uma viagem à Europa esperando recuperar-se. A volta ao Brasil coincidiu, porém, com uma recaída, tanto que, em fevereiro de 1970, ele resolveu consultar-se com o núncio apostólico sobre sua eventual renúncia, que, de fato, foi logo depois dirigida ao Papa. Na metade de maio, foi informado pelo mesmo núncio apostólico que o pedido de renúncia tinha sido aceito. Assim, aos 28 de junho de 1970, São Mateus se despede, com profundo pesar, do seu primeiro bispo” – registram os arquivos da Diocese mateense.

Em 1972, após um longo período de recuperação, Dom José aceitou ser vigário episcopal e depois bispo auxiliar em Belo Horizonte, responsável pela zona rural da Arquidiocese. Sempre esperançoso por dias melhores, levava adiante a missão.

Aos 10 de janeiro de 1977, como costumava fazer todos os anos, Dom José chegou a São Mateus para uns dias de férias. E não sabia que voltava para ficar. De fato, a morte, provocada por enfarte, surpreendeu todo o povo, no dia 17 de janeiro de 1977, às 12h. Desde o enlutado 18 de janeiro de 1977, ele descansa para sempre no meio de seu povo, na antiga Catedral. Se estivesse vivo, José Maria Dalvit completaria 100 anos no dia 15 de setembro de 2019.

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