A diretora administrativa e financeira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Noemia Simonassi, observa que haverá dificuldades em alguém conseguir aposentar com 40 anos de contribuição, como prevê a proposta de reforma da Previdência apresentada ao Congresso Nacional. Noemia ministrou palestra em seminário organizado pelo Sindiupes, quinta à noite, na Escola Viva Marita Motta.

A diretora administrativa e financeira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Noemia Simonassi, palestrou nesta quinta-feira (4), em São Mateus. Foto: Ademilson Viana/TC Digital
A palestrante, que é também integrante do Conselho Nacional de Entidades, ligada à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, destacou pontos da proposta de reforma. Ela argumenta que o entendimento de que dificilmente alguém consiga aposentar com 40 anos de contribuição deve-se a questão dos períodos de desemprego. Inclusive salienta que é grande a quantidade de desempregados hoje no Brasil.

Representantes do Sindiupes no norte do Estado, Alexandre Marcelino e Conceição Carrafa organizaram o seminário. Foto: Ademilson Viana/TC Digital

Noemia discorda também da proposta relativa ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que pode passar de um salário mínimo para apenas R$ 400. Ela entende que será impossível os beneficiados viverem com esse valor.

A diretora do Sindiupes questiona ainda a proposta de regime de capitalização. Conforme disse, atualmente o regime solidário, com contribuição do governo, do trabalhador e do empresário, contempla benefício mínimo e o aposentado recebe até morrer. Ela afirma que, no regime que está sendo proposto, o trabalhador contribui sozinho e o benefício acaba quando esgota poupança que ele fez.

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Noemia questiona ainda sobre como o Governo conseguirá bancas as aposentadorias atuais, já que, com a capitalização, os trabalhadores da ativa deixarão de contribuir com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Frisando que a proposta altera a Constituição Federal, Noemia ressalta que atualmente o professor aposenta com 55 anos de idade e 30 de contribuição, e a professora com 50 anos de idade e 25 de contribuição. Com a proposta, ela aponta que a idade mínima passará a 60 para os dois, o que aumenta em dez anos para a mulher e cinco anos para o homem. Outra discordância é que a aposentadoria integral precisará ser com 40 anos de contribuição, ou com 30 anos recebendo 80% da média salarial de toda a vida profissional. Por isso acredita que haverá casos de professor conseguindo aposentadoria integral com 75 anos ou até com 80 anos.

NOVO
SEMINÁRIO
Diretora do Sindiupes no norte do Estado, Conceição Calixto Carrafa relata que o objetivo do seminário foi esclarecer dúvidas sobre a proposta da reforma da Previdência, “que tem pontos positivos, mas tem negativos que vão de encontro a algumas categorias”. Ela detalhou que professores participaram do seminário e o objetivo é realizar um outro mais amplo, com todos os segmentos da região. Esteve presente também o diretor-adjunto do Sindiupes no norte do Estado, o professor Alexandre Marcelino de Mello.

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