Com os furtos e roubos de veículos surge uma preocupação: como evitar a aquisição de um produto de origem criminosa, que pode causar prejuízos financeiros e até mesmo implicações na Justiça por receptação? Em entrevista à Rede TC, o gerente de Veículos do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Cleber Bongestab orienta as pessoas no ato da compra de usados para que não caiam numa ‘roubada’: “O importante é que não existe mágica. Se o preço estiver abaixo do mercado, fique atento”.

Foto: Reprodução

Nos últimos dias a Polícia Militar registrou em São Mateus dois casos de carros roubados que foram adquiridos por pessoas que alegaram não saberem a verdadeira procedência dos veículos. Para a polícia, as duas possíveis vítimas relataram que foram enganadas. No primeiro caso, a pessoa que estava com o carro disse que comprou o veículo e pagou uma entrada no valor de R$ 10 mil, após ver o carro à venda numa rede social. No boletim de ocorrência a Polícia Militar registrou que a placa não correspondia com as características do carro. No segundo caso, o condutor disse que adquiriu o veículo através de uma troca. Ambos ficaram no prejuízo.

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SEGURANÇA

Gerente de Veículos do Detran, Cleber Bongestab alerta para as compras de veículos através de redes sociais. Foto: Divulgação/Detran

Cleber salienta que a maneira mais segura de comprar um veículo usado é numa revenda ou concessionária autorizada. Contudo, salienta que nem todas as pessoas optam por fazer o negócio dessa forma. Então, a orientação é ter muita atenção, “porque se o preço estiver abaixo do mercado, pode ter um problema de origem, com adulteração de chassi ou de motor, ou problema estrutural”.

O gerente de Veículos do Detran alerta também para as compras através de redes sociais. “Tudo começa com o preço abaixo do mercado”, reitera. Ele detalha que o vendedor de veículos com problema, geralmente inventa um motivo para colocar o preço abaixo do real valor de mercado, como viagem ou familiar doente. Cleber acrescenta também evitar o pagamento adiantado.

Atenção para números inscritos no chassi, vidros e motor

 Gerente de Veículos do Detran, Cleber Bongestab relata que as formas mais fáceis de a pessoa verificar indícios de que o veículo está adulterado é através do número que consta no chassi, no vidro e no motor, observando, por exemplo, se a numeração não está raspada.

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Ele acrescenta que há outros indicadores. Por exemplo, cita que deve ser observado na etiqueta do cinto de segurança se a data de fabricação coincide com o documento do veículo.

O gerente orienta que a pessoa faça uma consulta online dos documentos no Detran. De posse do número da placa e do Renavan, a pessoa poderá conferir as características do veículo, verificar a existência ou não de restrições de furto, judicial, administrativa e se há débitos em instituições bancárias.

Vistoria eletrônica obrigatória na transferência

 O Detran implantou, desde o dia 13 de janeiro, a vistoria eletrônica. O gerente Cleber Bongestab destacou que é uma forma de dar maior segurança para quem adquirir veículo usado, já que o serviço é obrigatório no momento de transferência de nome do proprietário.

Cleber explica que o serviço é realizado por empresa especializada. A pessoa leva o carro para que seja feito a checagem do estado de conservação, verificados itens como motor, chassi, caixa de marcha, observando se há indício de adulteração. Além da vistoria visual, são produzidas fotos, com os dados sendo enviados para o sistema do Detran.

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Ele detalha que são 25 empresas credenciadas e outras 40 em processo de credenciamento no Estado. O objetivo é que o serviço chegue a todos os municípios capixabas brevemente, segundo Cleber.

O prazo para transferência de proprietário é de 30 dias após a venda. Contudo, a pessoa pode levar o veículo para a vistoria e obter um laudo antes de qualquer pagamento, fazendo com que o negócio seja mais seguro.

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