JOSÉ EDUARDO MARTINS
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Daniel Alves quebrou o silêncio. Pela primeira vez no ano e cinco dias depois da vexatória derrota para o Mirassol, o camisa 10 do São Paulo concedeu uma entrevista coletiva. Nesta terça-feira (4), em Cotia, onde o time se prepara para abertura do Campeonato Brasileiro, o jogador falou sobre o momento da equipe e diversos assuntos.

Apesar de se mostrar decepcionado com a eliminação precoce no Campeonato Paulista, ele descartou deixar o clube para defender outro time no Brasil.

“Queria dar boas-vindas ao Dome (Domenec Torrent, novo técnico do Flamengo), vivemos momentos incríveis e históricos. Fazemos parte um da vida do outro. Como embaixador brasileiro, dou boas-vindas e espero êxito no Flamengo, exceto contra o São Paulo. Uma coisa que quero deixar claro para nunca mais ter esse debate: o único clube que eu jogo no Brasil é o São Paulo. Se sair qualquer coisa de outro clube pode falar que é mentira. Falei brincando que encerraria no Bahia, mas a torcida me rechaçou porque falaram que seriam apenas dois meses. Que fique claro: único clube é o São Paulo. É meu sonho de criança. Não faço minha profissão por dinheiro”, disse Daniel Alves, que chegou a ter seu nome especulado no clube carioca, nas últimas semanas.

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Daniel Alves completou uma temporada no São Paulo no último sábado. O jogador tem vínculo com o clube até 31 de dezembro de 2022. No clube, ele pretende ajudar a mudar a mentalidade de algumas pessoas dentro do Morumbi, sendo que o time não conquista uma taça desde a Copa Sul-Americana de 2012.

“É muita coisinha errada no São Paulo que estoura na gente. O trabalho é um dos melhores que acompanhei, mas precisa do resultado. Não adianta trabalho perfeito sem resultado. Desde minha chegada estou querendo implementar isso. Dar a vida no dia a dia e suar é legal, mas a gente precisa do resultado. Porque nosso clube, nossa torcida precisa disso pra voltar a sorrir e sentir orgulho de ser são-paulino. É um processo árduo. Quem não está disposto não vai mudar a história.”

ELIMINAÇÃO

O lateral foi um dos primeiros líderes do elenco a se posicionar após a derrota para o Mirassol por 3 a 2, em pleno Morumbi, nas quartas de final do Campeonato Paulista, e ainda relembrou o 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira contra a Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, para falar da frustração que é cair para equipe do interior.

“Um clube para estar em evolução, as pessoas que estão à frente dele precisam ter o poder de decisão. Um clube não evolui se tudo tem de passar por um conselho, muita gente que tem de opinar nas tomadas de decisão e não sabemos se são as melhores decisões. Começa a gerar uma certa instabilidade, todos os clubes que têm liberdade de evolução estão em evidência, não têm problemas financeiros”, afirmou.

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Ao ser questionado sobre o marketing que a equipe do Morumbi tem feito em relação a sua imagem, o atleta afirmou que, se dependesse dele, algumas tomadas de decisões seriam totalmente diferentes. No entanto, como isso não está em seu alcance acaba deixando para os responsáveis.

“Não controlo o marketing do São Paulo. Se controlasse, algumas tomadas de decisão seriam diferentes, porque tenho outra ideia do que faria no meu caso e no caso de um clube desse tamanho. Eu foco no que está ao meu alcance”, disparou.

Na carreira do lateral, ele sofreu com algumas derrotas. Entre elas, está o 7 a 1 nas semifinais da Copa do Mundo que ocorreu aqui no Brasil, em 2014. O jogador revela que a queda para o Mirassol não é como a vestindo a camisa da seleção. Porém, ressalva que é frustrante assim como tantas outras.

“Com relação à derrota, para alguém que perdeu de 7 a 1 você vem falar que essa é a prior derrota. É evidente que foi frustrante, mas não dá para falar que foi a mais frustrante. Assim, como foi perder outras vezes”, afirmou.

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Daniel Alves ainda citou que para a equipe voltar a conquistar títulos é necessário que todos que fazem parte do São Paulo estejam em sinergia. Se todos não tiverem com o mesmo objetivo, haverá falha no processo da conquista.

“O São Paulo não é apenas jogadores. O São Paulo é um todo que se não estiver contato não vai fluir. Nós precisamos controlar da área que estamos, temos de controlar o suor que deixa. Nem todo mundo quer a mesma coisa, vai ficar exposto quem não quer aquilo, o presidente, o dirigente, jogador, treinador, sempre nós que vamos ficar expostos, temos essa liberdade para deixar tudo fluir, com essa fluidez de todo mundo lutando pela mesma coisa”, disse.

“Um clube grande do tamanho do São Paulo não fica tanto tempo sem ganhar um título se não tiver uma conexão. Quando falha alguma coisa não vai ganhar”, concluiu.

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