A terceira edição da Sexta Cultural nesta sexta-feira reserva momento tradicionalmente especial para a população. Organizada pela Secretaria Municipal de Cultura, a programação tem apresentação de duas expressões culturais que agradam aos jaguarenses, conforme detalha a assessoria de comunicação da Prefeitura.

“O Grupo Alegria apresentará uma animada quadrilha de festa junina e os alunos da Escola Municipal Patrimônio Nossa Senhora de Fátima apresentam a Dança do Café”, detalha.

Segundo a Prefeitura, a Sexta Cultural também tem Felipe Sampaio e Banda e a presença de artesãos com exposição e comércio de artes e comidas típicas, além da presença da Biblioteca Pública Ana Sossai de Lima. A programação acontece na Praça Nicolau Falchetto, a partir das 19h.

 

O SURGIMENTO

A Prefeitura de Jaguaré esclarece que não há uma definição clara de quando e onde exatamente a Dança do Café foi criada. “Com a chegada de mais de um milhão de imigrantes italianos para produzir e trabalhar nas lavouras de café entre os anos de 1870 e 1920, houve um considerável aumento da produção do grão no Estado de São Paulo. Assim, a cultura do café se espalhou pelo Estado e pelo País” – afirma.

“Os colonos descendentes de italianos, famosos pelo seu dinamismo e alegria, amantes da música, do canto e da dança estariam por trás da criação do festejo envolvendo o café. As festas seriam, então, uma forma de comemorar os resultados das colheitas. A dança do Café é uma representação artística do trabalho dos produtores no campo, indo para as lavouras. Durante a colheita, em determinados momentos para se distrair e divertir, havia uma pausa para brincar e dançar” – complementa.

Dança do Café se tornou traço típico da cultura em Jaguaré e será apresentada na terceira edição da Sexta Cultural, nesta sexta.
Foto: Ascom-PMJ/Divulgação

 

EM JAGUARÉ

Ainda de acordo com a Prefeitura, em Jaguaré, a dança do café foi introduzida no ano de 1974, através da Escola Família Agrícola em Nestor Gomes (Km 41), quando ainda era integrado ao município de São Mateus. “Uma professora ensinou a dança para um grupo de alunos dessa escola, que a apresentaram pela primeira vez na festa da cidade em São Mateus”, detalha.

“Na ocasião, uma aluna de Jaguaré estudava na EFA, Maria Madalena Toniere, sentindo uma forte identificação com a dança –nessa época a cultura do café já apresentava grande peso econômico e cultural na região e muito importante para as famílias—, trouxe a apresentação para Jaguaré e, por ser um município eminentemente agrícola, com grande importância para o café, a dança passou a fazer parte de sua cultura. A primeira apresentação da Dança do Café foi realizada na Comunidade de Nossa Senhora de Fátima, também em 1974, com um grupo de jovens na comunidade”.

 

COREOGRAFIA E MÚSICA

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, a coreografia é desenvolvida com os dançarinos em círculo e representa os gestos realizados na colheita, correspondentes aos atos de colher o café, mexer os grãos na peneira, abanar, sacudir e empilhar e, na parte final, festejam a colheita.

“Os dançarinos –homens e mulheres, adultos e crianças–, apresentam esses gestos com dinamismo e alegria. As mulheres dançam vestindo chapéu e roupas de estopa, camisa xadrez e lenço vermelho. Os homens, trajados da mesma forma, levam instrumentos utilizados no cafezal, além de equipamentos como pilão, moinhos, e outros adereços relacionados ao café”.

 

Valores culturais passados por gerações

 

Jaguaré – A professora Sâmera Brandão, que ensaia com os alunos da escola no distrito de Fátima, destaca que a manutenção das festividades com a tradicional dança reforça os aspectos culturais.

“Para os alunos, como é uma tradição que foi trazida para a nossa comunidade e está até os tempos de hoje, é importante que eles entendam os valores culturais dessa dança, que é passada de geração para geração, além de proporcionar um trabalho coletivo de integração social entre os participantes” afirma Sâmera.

Ela destaca também a importância para o Município valorizar os produtores rurais através da cultura do café, que é abundante e, segundo a professora, estabelece valores étnicos culturais em diferentes classes sociais.

 

Foto do destaque: Ascom-PMJ/Divulgação

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here