Com a notícia de que o Município deu sinais de recuperação de empregos no primeiro semestre, o momento pode ser propício para sair por aí com currículo na mão e esperança renovada no coração. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho (MTb), publicados na TC na edição de sábado (18), São Mateus gerou 789 empregos de janeiro a junho, que representa 5,8% de todos as vagas criadas em 2018 no Espírito Santo no mesmo período.

Com esse clima de otimismo a busca por emprego com carteira assinada é uma das preferências de quem está desempregado. Como é o caso de Jonas Jesus Barbosa, de 26 anos, que tem cursos de pedreiro, montador e armador, feitos em Camaçari, Bahia. Natural de São Paulo, ele conta que veio para São Mateus há seis meses, no entanto, as únicas ocupações até o momento foram pequenos bicos. Ele disse que quer um emprego com carteira assinada por causa da segurança.
“Está difícil achar emprego, mas a gente não pode desistir”, destacou Jonas, que pretende se casar em breve. Ele afirma que em outra tentativa, chegou a distribuir dez currículos, mas não obteve nenhuma resposta. Nesta segunda-feira (20), tentava entregar o primeiro currículo nesta nova tentativa num supermercado do Centro, no entanto, não conseguiu entrega-lo, obtendo como resposta que vagas poderão surgir em outubro. Jonas disse também procuraria o Sine de São Mateus para mais tentativas de conseguir o primeiro emprego dele na Cidade.
Há dois meses em São Mateus, Cheirosinho é sucesso nas ruas

Quando não se encaixa num emprego formal, a saída é buscar formas alternativas para não ficar parado e conseguir sustentar a família. E o sergipano do município de Lagarto, maior cidade do interior do Estado com mais de 100 mil habitantes, Danilo de Santana Santos, usa a imaginação e criatividade para vender picolé, tornando-se rapidamente um sucesso nas ruas do Centro de São Mateus. Em entrevista à Rede TC, ele contou que trabalhou no circo como malabarista e atirador de facas, dos 13 aos 21 anos de idade, mas deixou o emprego por que a remuneração era considerada por ele muito baixa.
Ao lembrar do passado em Sergipe, com lágrimas nos olhos, Danilo, ou Palhaço Cheirosinho, como se apresenta, afirma que depois que deixou o circo, sofreu muito trabalhando na roça. Com 31 anos de idade, decidiu mudar-se, pegou a esposa e três filhos e chegou a São Mateus, que pensou ser Vitória. Há dois meses na Cidade, o Palhaço Cheirosinho já é sucesso nas vendas de picolé. “O dinheiro que consigo no dia não é suficiente, uns quinze, vinte reais, mas dá para levar o leite integral da minha filha, o pão para tomar o café da manhã”, frisa.

De acordo com Danilo, da Prefeitura ele ganhou o aluguel social. Aos poucos conseguiu comprar TV, geladeira, fogão, ganhou cesta básica. “Quando cheguei em São Mateus, tive muita ajuda. Teve um senhor que me deu café da manhã uns 15 dias, depois conseguiu com o filho dele a chance de eu vender picolé. Saí pelas ruas vestido com a roupa da minha mulher, com a cara pintada, e o pessoal foi gostando”. Danilo frisa que, mesmo não conseguindo muito dinheiro na venda dos picolés, ele fica feliz em fazer as pessoas rirem. “Chamar o sorriso para rua, porque muitas vezes as pessoas já acordam de mau humor. Então, pelo menos tiro um sorriso delas”.
Danilo diz ainda que recebe muito carinho nas ruas. “As pessoas pedem para fazer selfie, me chamam de guerreiro, dão apoio mesmo. É uma novidade”. O Palhaço Cheirosinho afirma que sempre muda a fantasia e, com criatividade, vai conseguindo manter a família. Ele salienta que não gostaria de um emprego fixo e que é feliz vendendo o picolé e fazendo as pessoas sorrirem.
Comerciante otimista com recuperação nas vendas

Gestor da Atual Papelaria, Magno Wendel Ribeiro, diz querer acreditar, com muita sobriedade, que a tendência é que a situação econômica do Município melhore nos próximos meses. Segundo ele, esse otimismo deve contagiar tanto empresários quanto trabalhadores e, também, quem busca emprego. Lembrando a reportagem da TC de sábado (18) com o título São Mateus gera 789 empregos no 1º semestre, ele frisa que ainda não conseguiu perceber uma retomada de empregos no comércio, mas que a situação vai mudar, e em breve.
“A situação é complicada, mas acredito muito em São Mateus, as perspectivas são boas e vamos voltar a contratar porque estou acreditando em melhora”, salientou Magno. O gestor observa que o Município deve atrair mais industrias, além de investir no turismo. Afirma ainda que tem percebido um crescimento muito forte no mercado informal de trabalho. “Muito nitidamente. As pessoas buscam o informal porque não estão achando emprego no formal. Precisamos de mais geração de emprego com carteira assinada”.
São Mateus–ES