Ex-diretor do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), o professor Marcelo Suzart de Almeida afirma que só enxerga vantagem e benefícios com a criação da Universidade Federal de São Mateus (UFSM), por desmembramento do Ceunes em relação à Ufes. Para Suzart, a oportunidade deve ser “agarrada com muita força”, tanto pela comunidade acadêmica quanto pela sociedade.

O novo projeto de lei que autoriza a criação da UFSM foi apresentado na Câmara Federal pelo deputado Neucimar Fraga e defendido pelo prefeito Daniel Santana em solenidade com o presidente Jair Bolsonaro no dia 11 de junho em São Mateus. O parlamentar relata que Bolsonaro manifestou que a criação estará inclusa em pacote que prevê desmembramento de dez polos universitários espalhados pelo Brasil, que o Ministério da Educação deve lançar ainda em 2021.

O ex-diretor Marcelo Suzart lembra que defendeu a bandeira quando esteve como diretor do Ceunes de 2010 a 2014, quando já existia um projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados prevendo a criação da universidade. Ele aponta que a questão não avançou por falta de interesse político e por resistência da reitoria da Ufes e do Conselho Universitário de pautar o desmembramento na época.

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“A gente tentou no passado e, agora, em outro momento, num outro cenário de País e da região, a gente tem essa oportunidade e isso tem que ser agarrado com muita força por todos os envolvidos”, enfatiza. Ele ressalta ainda que o Ceunes foi projetado para ser transformado posteriormente em universidade justamente pelo fato do Espírito Santo ter apenas uma universidade federal.

 

Avançar em interesses da região

Marcelo Suzart entende que uma universidade independente permite um avanço em novos cursos que atendam os interesses da região. Ele avalia que o desmembramento só possibilita vantagem e benefício para as comunidades interna e externa. “É a sociedade que recebe o benefício do nosso serviço prestado”, pondera.

O professor afirma que a autonomia universitária não está em risco porque “todas as universidades seguem o mesmo regime, a mesma recomendação e estruturação do MEC”. Em relação ao modelo de desmembramento, o professor frisa que cabe à comunidade acadêmica discutir internamente as possibilidades. Sobre a questão financeira, sustenta que, caso seja criada uma universidade, esta terá orçamento próprio.

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Suzart entende ainda que o desmembramento permite que a universidade autonomia também para captar recursos junto aos ministérios e parceiros privados, passando a ter uma infinidade de ações voltadas para a realidade regional. “Não para a realidade da Ufes, que tem a maioria dos centros dentro do campus de Goiabeiras, com influência da Região Metropolitana”, reforça.

“A gente vai ter um grande desenvolvimento na região, pois São Mateus se consolida cada vez mais como polo universitário”, manifesta Suzart. Somando ao Ifes e instituições privadas, ele afirma que a universidade ampliará o perfil do Município como polo regional de educação. Vamos ter um salto, um novo ciclo para São Mateus com esse desmembramento”, ressalta.

Decisão cabe ao MEC, salienta Suzart

Para Marcelo Suzart, a decisão de transformar o Ceunes na Universidade Federal de São Mateus cabe somente ao MEC. “O nosso patrão é o Governo Federal, através do MEC. Os diretores e reitores são gestores e têm autonomia universitária para fazer gestão dos recursos no que é objeto da universidade, no ensino, pesquisa e extensão, atendendo a demanda da região e do Brasil nestes aspectos” – frisa.

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Neste pensamento, o professor aponta que não deve haver contestação na decisão de criação da UFSM, cabendo aos profissionais do Ceunes acatarem e trabalharem para que a nova universidade seja melhor administrada, tenha a melhor produção e entregue uma melhor educação para a região e ao País.

 

OUTROS EX-DIRETORES

A Reportagem procurou os outros dois ex-diretores do Ceunes para opinar sobre a criação da Universidade Federal de São Mateus. Atualmente vice-reitor da Ufes, Roney Pignaton disse que ainda precisa se inteirar, conhecer o projeto, “uma vez que ele é externo à Ufes”. Sendo assim, frisa que prefere não se pronunciar “enquanto não tiver nada concreto”. Atualmente professor aposentado, o ex-diretor Renato Pirola foi procurado, mas preferiu não se pronunciar.

 

DIRETÓRIO ACADÊMICO

O Diretório Acadêmico do Ceunes também foi procurado. A presidente Lorena Barros, por mensagem, indicou outro membro do DA, que também compõe o Conselho do Ceunes, para falar sobre o assunto. Entretanto, até o fechamento desta Reportagem as ligações não foram atendidas e também não houve retorno às mensagens enviadas.

 

Foto do destaque: Divulgação

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