sábado, fevereiro 8, 2025
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Credores executam dívida e assumem controle da Seacrest

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A Seacrest emitiu comunicado aos acionistas e aos trabalhadores, informando que credores executaram dívidas e assumiram o controle da empresa, com sede em São Mateus. As informações foram confirmadas à Reportagem pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) e pela RedePetro ES.

De acordo com o diretor do Sindipetro-ES, Reinaldo Alves de Oliveira, “a Seacrest declarou no site oficial que os credores, que são os bancos, executaram a dívida e vão gerir esses ativos de agora para frente”. Segundo ele, como a Seacrest possui ações na bolsa de valores, precisou fazer essa divulgação, realizada na noite de quarta-feira (15), para os acionistas e trabalhadores.

“O Sindipetro vem pedindo calma aos trabalhadores, já que agora a gestão passará a ficar por conta dos credores, que são os bancos. A gente tem informação de que esses bancos vão, provavelmente, colocar uma empresa para administrar por um período até que esses ativos sejam colocados novamente à venda. O Sindipetro vai monitorar essas negociações para garantir a continuidade dos trabalhos e empregos em São Mateus” – frisa Reinaldo.

Em comunicado aos acionistas, a Seacrest confirma que os bancos executaram “o penhor de ações e assumiram o controle dos negócios”.
Foto: Divulgação

Segundo ele, durante a crise que vem se alargando nos últimos quatro meses por conta da condição financeira da empresa, cerca de 400 empregos já foram perdidos. “E nós estamos hoje em torno de 800 a 900 empregos em risco, caso tenha uma paralisação total dessas atividades”, afirma.

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Ainda de acordo com Reinaldo, a Seacrest dispõe de cerca de 20 empresas prestadoras de serviços e que também estão sendo afetadas pela crise financeira.

 

REDEPETRO ES

Presidente da RedePetro ES, Rafaele Cé, confirma que a informação foi divulgada pela Seacrest em seus canais oficiais de comunicação. Ele frisa que, como a empresa possui ações em bolsa de valores, “toda a informação oficial é gerada através de canais específicos e entendemos que as informações são verdadeiras”.

Rafaele Cé afirma que a RedePetro ES está acompanhando “de perto” as adequações que estão ocorrendo na formação societária da Seacrest. “Havíamos recebido informações de que novos investidores estariam interessados em aportar valores significativos no ativo e entendemos que se trata de uma reformulação no comando da empresa”.

Segundo ele, as últimas notícias indicavam melhoras na situação de produção e finanças da empresa. “Entendemos que o trabalho realizado pelo ceo José Cotello estava apresentando resultados interessantes e a sua presença e continuidade são de extrema importância para o projeto. No entanto, estamos aguardando novas informações para verificar se haverá uma alteração no comando. Por enquanto, não foi anunciado um novo ceo”.

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SEACREST

Acionada pela Reportagem para esclarecer a situação do pagamento das empresas que lhe prestam serviços em São Mateus, a Assessoria de Comunicação da Seacrest respondeu que “a empresa não vai comentar” a situação. São várias as reclamações de empreiteiras que alegam estarem há mais de quatro meses sem receber pelos serviços prestados.

Em comunicado publicado pela Seacrest em seus canais oficiais, em inglês, a empresa confirma que os bancos executaram “o penhor de ações e assumiram o controle dos negócios”. A Seacrest Petroleo Bermuda Limited anunciou que, no final da tarde de quarta-feira (15), “sem qualquer aviso prévio ou discussão com a empresa”, que os credores executaram a dívida de um empréstimo no valor de 300 milhões de dólares sob um acordo de crédito chamado Kraken Credit Agreement.

A Seacrest comunica ainda que o ceo e diretor da empresa, Jose Cotello, renunciou ao cargo “com efeito imediato”.

 

Preocupação com a situação é relatada desde o fim de 2024

 

A preocupação com a crise no setor, e consequentemente com a perda de empregos, vem sendo relatada pelo Sindipetro-ES, e reportadas pela Rede TC de Comunicações, desde os últimos meses de 2024. Em novembro, o Sindipetro afirmou que, até aquele momento, mais de 400 trabalhadores ligados ao setor de petróleo já haviam sido demitidos ou estavam com os dias contados para perderem os empregos em São Mateus.

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A Seacrest adquiriu os ativos da Petrobras no norte do Estado, incluindo a concessão de diversos poços e estruturas importantes que pertenciam à estatal, como o Terminal Norte Capixaba (TNC) e a SM-8. A maior parte da mão de obra da Seacrest é fornecida por empresas terceirizadas. Portanto, as demissões em massa ocorreram nessas empresas.

De acordo com o Sindipetro-ES, os trabalhadores que já perderam os seus empregos atuavam em atividades essenciais como manutenção de estradas, operações de sondas, manutenção de campos terrestres e transporte.

 

Foto do destaque: Divulgação

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