Dentre os cerca de 60 mil bolsistas afetados pelos cortes do Governo Federal em pesquisas científicas, há mateenses afetados. O atraso no pagamento de bolsas atinge programas de formação de professores Pibid (Programa Institucional de Iniciação à Docência) e Residência Pedagógica.

Conforme detalha a professora da rede municipal de ensino em São Mateus e da rede estadual, atuando em Pinheiros, Amanda Trindade, o pagamento da bolsa, no valor de R$ 400, que acontece até o dia 10 de cada mês, referente ao mês anterior, sendo que geralmente é depositado no quinto dia útil, ainda não havia sido pago até a tarde dessa terça-feira (19).

Afetada pelo atraso no pagamento, ela procurou a Rede TC de Comunicações e contou que cursa Geografia na unidade do Instituto Federal do Espírito Santo, em Nova Venécia, como bolsista do Programa de Residência Pedagógica, que se refere aos anos finais de licenciatura.

Amanda disse que tem bolsa gerenciada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mas que o problema atinge também bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Com orçamento reduzido nos últimos anos, os pagamentos agora dependem da aprovação de um crédito suplementar, que inclui R$ 43 milhões para bolsas de estudo da educação básica referentes aos Programas Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), de Residência Pedagógica, e Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

No entanto, esse projeto de lei tramita no Congresso Nacional e os bolsistas não sabem quando, de fato, receberão o pagamento das bolsas. Amanda tem dúvidas ainda que, caso seja aprovado, se haverá recursos para pagamentos dos meses seguintes deste ano.

 

OUTROS BOLSISTAS EM SÃO MATEUS

Amanda relata que há outros bolsistas em São Mateus e na região que também estão afetados pelo atraso do pagamento. Ela destaca que, como o problema atinge pessoas de todo o Brasil, foram criados grupos de discussões e que alguns integrantes cogitam até a possibilidade da deflagração de uma greve, caso o pagamento não seja efetivado.

CAPES

As bolsas de demanda social da Capes têm por objetivo promover a formação de recursos humanos de alto nível por meio de concessão de bolsas a cursos de pós-graduação strictu sensu (mestrado e doutorado). A administração das bolsas é feita pelas comissões de bolsas de cada programa de pós-graduação.

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A Capes é uma fundação do Ministério da Educação que desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todo o País.

Presidente da Capes reconhece atraso

São Mateus e Brasília – A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Cláudia de Toledo, pediu aos parlamentares urgência na aprovação do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 17/21 que destina R$ 43 milhões para o pagamento de 60 mil bolsistas da educação básica.

Em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, realizada na segunda-feira (18), ela reconheceu que o pagamento referente a setembro ainda está pendente. “É o Congresso Nacional que nos ajuda neste momento.

Esse pagamento, cujos recursos já foram liberados pelo governo, dependem da aprovação do chamado PLN 17, que tem uma rubrica de R$ 43 milhões necessários para o pagamento dos programas da educação básica” – disse Cláudia de Toledo.

A audiência foi requerida pelo deputado federal Rogério Correia, que é também professor em Minas Gerais. Ele avalia que o planejamento para o pagamento de bolsas deve ser anual e não deve ser pleiteado mês a mês pela Capes, indicando uma falta de planejamento do Governo Federal.

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Cortes no CNPq

Brasília – Bolsas de outros programas também podem sofrer dificuldades em breve. Inclusive o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, foi cobrado em reunião na semana passada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro por criticar o corte de R$ 600 milhões no orçamento da pasta.

Naquele mesmo dia, havia sido dada sanção ao projeto que retirava recursos do ministério, atendendo pedido da equipe econômica.

O corte pode fazer com que o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), vinculado à pasta, não realize a chamada universal de bolsas de pesquisa, que envolve 30 mil pesquisadores.

 

Foto do destaque: Divulgação

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