FÁBIO PUPO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (27) que o coronavírus pode afetar o crescimento global neste ano e o preço das commodities. Ele afirmou que é preciso esperar para saber quais serão os efeitos no Brasil, mas reconheceu que o País pode ser afetado.

“O que está todo mundo em dúvida é qual vai ser o impacto do coronavírus no crescimento mundial. Se a gente tiver uma queda muito forte na projeção de crescimento mundial, ele passa a ser um fenômeno mundial e afeta todo o mundo, e o Brasil também”, disse.

“O risco é tanto no preço de commodities como no crescimento menor do mundo. A gente tem que observar e estar preparado”, afirmou.

O Ministério da Economia está monitorando o avanço do contágio e seus possíveis impactos na economia. Nas próximas semanas, o time de Paulo Guedes (Economia) deve divulgar um relatório com a nova projeção para o PIB de 2020 (hoje em 2,4%).

A estimativa guia as projeções de receita federais e também a necessidade de eventuais contingenciamentos, algo que deve ser divulgado por meio do relatório bimestral de receitas e despesas até o dia 22 de março.

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O noticiário sobre o contágio vem preocupando investidores. A bolsa fechou nesta quarta-feira (26) em queda de 7%, a maior desde 18 de maio de 2017, quando foram divulgadas as conversas do então presidente Michel Temer com o dono da JBS. Na tarde desta quinta-feira (27), a bolsa também operava em baixa.

“É só ver o reflexo na bolsa. Quando a gente vê o reflexo na bolsa lá de fora e aqui e os investidores correndo para maior segurança, você já tem um efeito concreto e claro no mercado financeiro. E aí tem expectativa de empresas eventualmente terem lucro menor. Mas vamos acompanhar, temos que ter plano de contingência e observar”, disse.

Mansueto acredita que pode haver uma desorganização de cadeias produtivas dependentes de determinados insumos, com impacto na exportação de diferentes países. Mas ressalta que o efeito exato ainda é incerto.

“Tem informações muito discrepantes. Às vezes analistas falam que o mercado está subestimando o efeito do coronavírus, outros [falam] que está superestimando. A gente tem que esperar e ver. Se isso impactar o crescimento [do Brasil], vai aparecer nos modelos [do Ministério]”, disse.

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