Uma manhã de consternação em Conceição da Barra, após a notícia do falecimento nesta quinta-feira (17), no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, da líder comunitária e religiosa Estelina Barreira, 50 anos. Um cortejo de homenagem, seguindo o carro da funerária, está previsto para ocorrer quando o corpo chegar ao Município, ainda sem horário definido.

Estelina tem como marca a liderança comunitária e religiosa. Foto: Divulgação

Amigo de Estelina, com quem esteve junto principalmente na Pastoral da Juventude, a partir da década 1990, Francisco de Assis, o Chiquinho, detalha que a família seguiu para São Mateus com intuito de liberar o corpo para encaminhá-lo para Conceição da Barra. Estelina estava internada desde o dia 31 de maio, em decorrência de complicações de covid-19.

A Paróquia Nossa Senhora da Conceição manifestou-se em rede social: “Estelina foi secretária de nossa paróquia por muitos anos, e hoje com profundo pesar, comunicamos seu falecimento, vítima da Covid-19. Que a vacina chegue para todos e para essa nossa irmã, o descanso eterno”.

Bastante atuante na Igreja Católica, Estelina foi catequista, coordenadora da Pastoral da Juventude, assessora paroquial e assessora diocesana da Pastoral da Juventude e integrante do Movimento Fé e Política da Igrejas Católica. Líder comunitária e residente no Bairro São José, Estelina também militava na política, chegando a cogitar a candidatura a vice-prefeita em 2020, pelo PDT. Entretanto, a candidatura não foi efetivada.

Amigos antigos que atuaram com Estelina na Pastoral da Juventude, de toda a Diocese, manifestaram tristeza pela morte. “O dia amanheceu mais triste com a notícia do falecimento de minha amiga Estelina, mais uma vítima da Covid19. Conceição da Barra perde uma de suas líderes: grande profissional da assistência social, Católica, militante dos movimentos sociais. Por muito anos atuamos juntos na Pastoral da Juventude. Descanse em paz e leve sua alegria ao paraíso. Conosco fica seu sorriso” – manifesta Júnior Gaigher.

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Aprovada em processo seletivo

Estelina erra assistente social e Chiquinho detalha que ela estava feliz por ter sido aprovada em processo seletivo na Prefeitura de Pedro Canário. Entretanto, devido a internação em 31 de maio, ela não conseguiu tomar posse em 1º de junho, data que estava marcado. Até então, ela estava desempregada.

Solteira, Estelina era filha do ativista de reis de Boi, Zola (já falecido) e de Dona Lica. Além dela, o casal teve mais sete filhos.

HOMENAGEM DE AMIGO

O amigo Chiquinho fez um texto de homenagem a Estelina:

Estelina Barreira Pereira, ou Estelina, ou só Estela para os mais íntimos, pois é assim que eu a chamo, Estela, que lembra Estrela. Pois você tem luz própria.

Para mim Estela é mais que uma amiga, é uma irmã!

Eu a conheci e passei a conviver e me relacionar como amigo/irmão em 1991, através de nossa participação na militância e missão através da PJ – Pastoral da Juventude de nossa Igreja Católica. Quantas lutas, missões, evangelizações, GINCREJOC (Gincana Cultural e Religiosa dos Jovens Cristãos), muitos lembrarão!

Ela é aquele tipo de ser humano único, sabe?

Durona, forte, brigona, lutadora, humana, as vezes frágil, mas sempre guerreira, única mesmo!

De sorriso fácil, alegria contagiante, fé absoluta.

Daquele tipo de pessoa inconformada com a vida, com o mundo, com as questões políticas, não aceitava injustiça, sofria pelo próximo, sempre estava pronta a ajudar a todos. Por isso escolheu o Serviço Social, lutou muito para ser Assistente Social por missão, por vocação! Eu e mamãe testemunhamos e estávamos ali sempre esperando ela quando chegava da faculdade tarde da noite. Foi uma honra ter estado em sua formatura para testemunhar aquela merecida alegria de sua conquista, quanta felicidade demonstrada através de seu sorriso largo!

Viveu ao longo desses 50 anos de vida servindo, ajudando, sendo útil ao próximo, seja família, amigos, conhecidos, não conhecidos e os mais vuneraveis de nossa sociedade.

Militante, missionaria, evangelizadora, catequista, mensageira, dizimista, Mariana fervorosa, pastoralista, autenticamente cristã e filha muito amada de Deus.

Muito apegada e lutadora pela sua mãe dona Lica, seus irmãos, irmãs, sobrinhos, sobrinhas e demais familiares, ela os amou muito, com todas as suas forças e de coração!

Errou? Sim claro, é humana como todos (as) nós somos, porém se arrependia, sofria, reconciliava, perdoava e continuava amando e acabava acertando muito mais vezes para fazer o que era certo é bom.

Em fim, uma vitoriosa, muito especial e querida para muitos (as), mesmo para os que eram desagrados por suas convicções e posturas firmes, mas era respeitada e sempre sincera e verdadeira.

Teria muito ainda a dizer, mas essa parte fica para a reflexão de cada um (a) dos que ela amou, conviveu, relacionou ou um dia de alguma forma simples e singela, passou por sua vida.

Por fim, minha homenagem a essa grande amiga, irmã, guerreira, lutou até a última hora pela VIDA, pois ela amava e defendia a VIDA. Gostávamos de cantar juntos a canção: *”Eu fico com a pureza da resposta das crianças, É a vida, é bonita
E é bonita. Viver, e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar, a beleza de ser
Um eterno aprendiz, Ah meu Deus! Eu sei, eu sei, que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita, É bonita, É bonita e É bonita!”*

Minha querida amiga/irmã, obrigado por tudo que você foi e fez, por mim e por tantos.

Deus te quis e preferiu te dar a vida que não acaba mais, pois é vida eterna, continue vivendo no Céu, agora a vida plena.

Até logo, pois um dia nos encontraremos para continuar vivendo juntos a VIDA ETERNA no Céu!!!

 

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