LARISSA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sob o efeito da pandemia do novo coronavírus, a dívida pública chegou a 85,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em junho, aumento de 3,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (31).

Com o aumento de gastos públicos em razão da crise sanitária, a dívida bruta brasileira pode fechar 2020 em 100% do PIB, segundo estimativas da equipe econômica.

Em 2019, o endividamento estava em 75,8% do PIB. A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, também foi impactada pela piora fiscal e alcançou 58,1% do PIB em junho, aumento de 3 pontos em relação a maio.

As contas públicas registraram no primeiro semestre rombo de R$ 407,7 bilhões. O valor é 3,18 vezes maior que a fixada em lei, de R$ 127,9 bilhões, para 2020.

Com o decreto de calamidade pública, no entanto, o governo foi autorizado a extrapolar esse montante.

O rombo equivale a 6,38% do PIB. Apenas em junho, o déficit primário foi de R$ 188,7 bilhões, maior da série histórica, iniciada em 2001.

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O resultado primário indica a capacidade do governo de pagar as contas, exceto os encargos da dívida pública. Se as receitas são maiores que as despesas, há superávit. Caso contrário, há déficit.

Nesta quinta-feira (30), o Tesouro Nacional divulgou um rombo recorde de R$ 417 bilhões no primeiro semestre deste ano. O resultado é o pior para o período da série histórica, que teve início há 23 anos.

Os números divulgados pelo Tesouro e pelo Banco Central têm metodologias diferentes. A autoridade monetária utiliza o cálculo “abaixo da linha”, que leva em conta a necessidade de financiamento do setor público descontando os juros da dívida.

O Tesouro calcula os dados fiscais “acima da linha”, que são receitas menos despesas, exclusive juros.

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