Seja para o agronegócio ou agricultura familiar, as chuvas deste mês de fevereiro trazem sensações de alívio e sentimentos de esperança para os produtores rurais. Em São Mateus por exemplo, desde o dia 5 até as 10h dessa quinta-feira (11) choveu 109,4 mm, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a precipitação média mensal para o mês de fevereiro na Microrregião Nordeste, onde estão localizados os municípios de São Mateus e Jaguaré, é de 90mm. Dessa forma, em alguns dias o volume de chuva superou a média histórica mensal –1984-2014– para o mês inteiro.

Com essa abençoada chuva, os agricultores estão na expectativa de uma redução das perdas que já haviam sido previstas em decorrência da escassez pluviométrica nos meses de dezembro e janeiro.

“A gente recebe essa chuva de braços abertos. A chuva traz um pouco de tranquilidade, traz e esperança porque, quer queira ou quer não, foram dois meses de calor excessivo em período crucial para o desenvolvimento do café” – relata o produtor rural jaguarense, Jarbas Alexandre Nicoli Filho. Ele possui produção de café, pimenta-do-reino, cacau e mamão. As propriedades dele estão localizadas em Jaguaré e também em São Mateus.

Leia também:   Polícia Militar apreende maconha e crack em Nova Venécia

O produtor, que também preside o Sindicato Rural de Jaguaré, ressalta que todos os agricultores da região comemoraram muito o volume de chuvas deste mês de fevereiro. “Dá um alívio, tira um peso da cacunda, digamos assim”, sustenta, acrescentando que ainda é possível economizar no gasto com energia elétrica, já que o produtor pode poupar ao não utilizar os sistemas de irrigação.

Ele explica que a expectativa feita pelos produtores rurais era de uma produção de café em 2021 maior que a de 2020. Mas com a escassez de chuva e a alta temperatura registrada em dezembro e janeiro, ele já estimava uma queda de até 10% nessa projeção de crescimento. Com as chuvas de fevereiro, a expectativa, agora, é de que essa projeção de crescimento seja recuperada.

MESES CRUCIAIS

O produtor rural Jarbas Nicoli Filho especifica que as condições climáticas nos meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021, o grão de café, que estava em processo de enchimento, teve uma parte, a que estava diretamente exposta ao Sol, impactada, o que leva o fruto a ficar chocho, a não se desenvolver ou a ficar em tamanho reduzido.

Leia também:   Homem morre ao cair e bater a cabeça em meio-fio em Boa Esperança
O produtor rural Jarbas Nicoli afirma as condições climáticas de dezembro e janeiro deixaram o grão de café, que estava em processo de enchimento, ficar chocho.

“Agora, com essa chuva, temos um prazo de uns 60 dias até a colheita para continuar o desenvolvimento destes frutos, para ver se a gente consegue reduzir essa perda, com o desenvolvimento do tamanho. A esperança é uma produção razoável, melhor que do ano passado, mas não tão grande” – reitera.

Jarbas destaca que os produtores querem mais chuvas. Ele relata que a escassez hídrica registrada em dezembro e janeiro pode afetar a produção até de 2022. “Esse período de Verão é de grande luminosidade, normalmente de volume de chuva expressivo. O maior momento de crescimento de copa é agora e ela cresceu pouco. O produtor vai tentar trabalhar para expandir um pouco mais essa copa, com essa chuvada que tem, para amenizar a perda em 2022. Porque a nossa floração para 2022 é em agosto e setembro. Agora, é trabalhar para desenvolver essa copa” – explica.

“Uma bênção essa chuva”

Se os grandes produtores comemoram o volume de chuva neste mês de fevereiro, na agricultura familiar não é diferente. Produtor de pimenta-do-reino, goiaba, acerola, manga e cajá na Região dos Quilômetros, em São Mateus, Aguilar Gaigher destaca que, com a escassez hídrica na segunda quinzena de dezembro até o mês de janeiro, as represas já apresentavam uma diminuição no volume de água.

Leia também:   Homem é assassinado dentro de casa no centro de Linhares

“Aí você começa a ter problema na lavoura porque não pode irrigar como deve. Se irrigar, acaba a água. Aí você tem que diminuir, e no meu caso, que trabalho com fruta, é complicado”.

Aguilar ressalta que a pimenta-do-reino está no período de florada, quando os frutos começam a crescer nos cachos. “Essa chuva veio na hora certa. A falta de água poderia prejudicar todo mundo”.

Ele também concorda que outro ganho com a chuva é que os agricultores podem economizar com a energia elétrica, já que não precisam acionar os sistemas de irrigação.

Aguilar ressalta que a produção de frutas, beneficiadas em polpas, também seria prejudicada caso não chovesse.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here