JULIANNE CERASOLI
LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) – O chefe da Ferrari, Mattia Binotto, disse acreditar que a temporada da Fórmula 1 pode começar em julho. Mas salientou que a categoria só terá uma visão mais clara da situação no final do mês de maio.

“A F-1 está tentando organizar o melhor campeonato possível para esta temporada, talvez começando no início de julho. Ainda não temos nada confirmado. Acredito que teremos uma ideia melhor no final de maio acerca de quando poderemos voltar a correr”, disse o suíço ao canal britânico Sky Sports. “Vamos fazer o máximo de GPs que pudermos.”
Nesta terça-feira (7), o GP do Canadá confirmou seu esperado adiamento, juntando-se às corridas do Bahrein, Vietnã, China, Espanha, Holanda e Azerbaijão, que já tinham sido adiadas. Os GPs da Austrália e de Mônaco estão cancelados oficialmente e só voltarão a acontecer em 2021.

Caso a previsão de Binotto se confirme, isso significa que o GP da França deverá se juntar à lista de adiamentos, e a temporada começaria com o GP da Áustria, que está programado para o primeiro final de semana de julho.

A Fórmula 1 está estudando uma série de possibilidades para fazer o máximo de corridas possível e diminuir os prejuízos, já que suas maiores fontes de receita estão diretamente ligadas à realização das corridas. A meta é fazer pelo menos 15 provas, para evitar que os contratos de direitos de TV tenham que ser revistos.

Para tanto, é possível que a Fórmula 1 tenha mais de um GP no mesmo circuito em sequência, para evitar o deslocamento das cerca de 3.500 que trabalham no esporte. Fazer pelo menos as primeiras corridas sem a presença do público também é uma opção que está sendo avaliada, assim como levar a temporada 2020 até fevereiro do ano que vem.

A posição da Ferrari, segundo Binotto, é apoiar as decisões tomadas pelo comando da F-1.
“Sabemos que, para ter um campeonato, é preciso ter pelo menos oito corridas do ponto de vista das regras. Mas todos queremos fazer mais do que isso. O importante, neste momento, é ter flexibilidade: fazer duas corridas no mesmo circuito, encurtar a sistema de disputa do final de semana, fazer várias provas seguidas, terminar quando for necessário. Seja o que precisar ser feito para termos o máximo de provas possível, cabe a nós apoiar.”

Binotto deu ainda seu testemunho do quão difícil está sendo a luta contra o coronavírus na Itália, um dos países mais afetados pela doença. “É um período muito difícil e sinto muito pelas pessoas que não tiveram a sorte que eu e minha família tivemos de estarmos bem. Vivo no norte da Itália e o único som que ouvidos da rua é das sirenes das ambulâncias.”

Os números de infectados e mortes na Itália começaram a diminuir nesta semana, um mês depois do início da adoção das políticas de isolamento especialmente na parte norte do país. A fábrica da Ferrari, contudo, segue fechada, seguindo orientação do governo, ainda que a empresa esteja ajudando no desenvolvimento de respiradores para abastecer os hospitais.

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