EM MENSAGEM AOS TRABALHADORES, JOSÉ COTELLO ESCLARECE QUE A GESTÃO
DA SEACREST ESTÁ SENDO FEITA POR UMA EMPRESA INDICADO PELOS CREDORES
São Mateus – A Reportagem teve acesso a uma mensagem do ceo da Seacrest, José Cotello, em que ele afirma que continua no comando da empresa no Brasil. Na mensagem, ele afirma que pediu renúncia ao cargo que exercia no exterior e confirma que a gestão da empresa está feita por uma empresa indicada pelos credores. Na noite de quarta-feira (15), a petroleira emitiu comunicado aos acionistas e aos trabalhadores informando que credores executaram dívidas e assumiram o controle da empresa.
“Caros colaboradores, gostaríamos de informá-los sobre uma importante mudança no comando da companhia, de gestão Seacrest. A partir de agora, a empresa Geribá assumirá a gestão, sucedendo a Seacrest Petroleo Bermuda Ltda. A Geribá é uma empresa nacional, com ampla experiência em processo de recuperação de empresas e reestruturação de dívidas” – afirmou o executivo.
A Reportagem fez contato com a Assessoria de Comunicação da Seacrest, mas a companhia preferiu não dar mais detalhes sobre a empresa que assume a gestão.
O ceo reforçou que continua no comando da Seacrest. “Eu, José Cotello, continuo exercendo plenamente as funções de presidente, ceo e representante legal de todas as companhias da empresa Seacrest no Brasil. A minha renúncia se deu exclusivamente em relação ao cargo de ceo da empresa localizada no exterior e não afeta de forma alguma minha atuação das operações e companhias brasileiras”.
Ele afirma que não haverá mudanças organizacionais nas empresas do grupo que atuam no Brasil. “Nosso objetivo principal é garantir uma transição tranquila, mantendo a confiança de todos vocês”.
Em comunicado publicado pela Seacrest em seus canais oficiais, em inglês, a empresa confirma que os bancos executaram “o penhor de ações e assumiram o controle dos negócios”. A Seacrest Petroleo Bermuda Limited anunciou que, no final da tarde de quarta-feira (15), “sem qualquer aviso prévio ou discussão com a empresa”, os credores executaram a dívida de um empréstimo no valor de 300 milhões de dólares sob um acordo de crédito chamado Kraken Credit Agreement.
Devido a situação da Seacrest, o Sindicato dos Petroleiros demonstrou preocupação com a manutenção dos empregos no setor. Segundo o diretor do Sindipetro-ES, Reinaldo Alves de Oliveira, durante a crise que vem se alargando nos últimos quatro meses por conta da condição financeira da empresa, cerca de 400 empregos já foram perdidos. “E nós estamos hoje em torno de 800 a 900 empregos em risco, caso tenha uma paralisação total dessas atividades”, afirma.
Ainda de acordo com Reinaldo, a Seacrest dispõe de cerca de 20 prestadoras de serviços e que também estão sendo afetadas pela crise financeira, registrando atrasos recorrentes nos pagamentos da empresa.

GERIBÁ
A Reportagem buscou informações sobre a empresa mencionada por José Cotello. Apenas uma com nome semelhante, de investimentos, foi localizada. No entanto, o telefone apresentado na seção Contato no portal da empresa na internet retorna como inexistente.
PETROBRAS
A Reportagem também enviou questionamentos para a Assessoria de Imprensa da Petrobras para a estatal falar sobre a situação dos ativos onshore no Norte do Espírito Santo. Na mensagem, a Petrobras foi perguntada se Seacrest ainda possui dívidas com a estatal em razão do parcelamento da compra dos ativos na região, se a empresa está acompanhando a crise no setor e também se existe planos para a Petrobras retomar esses ativos. Até o fechamento desta matéria, não foi registrada resposta. O espaço segue disponível para o posicionamento da Petrobras e das demais empresas envolvidas.