Atualmente, a cefaleia, que tem mais de 200 tipos de variações, e a enxaqueca estão entre as que mais incapacitam as pessoas de realizarem suas atividades diárias. Segundo a neurologista Célia Roesler, membro da International Headache Society e secretária do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), no Brasil, o número estimado de pessoas com enxaqueca, a forma mais conhecida da patologia, já chega a 15% da população, ou seja, cerca de 30 milhões de pacientes.
Dados disponibilizados pela ABN mostram que, apesar de não ser o ideal, a doença, em suas variáveis menos agressivas, é altamente recorrente: 94% dos homens e 99% das mulheres brasileiras apresentam algum tipo de cefaleia ao longo da vida.
Para a médica especialista, um dos grandes agravantes da situação é a automedicação. “O uso constante e excessivo de analgésicos pode cronificar a dor de cabeça esporádica, dificultando ainda mais o tratamento. Além disso, o ato de se automedicar pode estar mascarando uma doença séria que necessita do devido diagnóstico, a ser realizado por um médico”, explica Célia. Ela também pontua que, “quando o paciente tem três ou mais crises por mês, há três meses seguidos, é preciso que este procure por ajuda especializada.
Para todas as dores de cabeça há um recurso terapêutico, porém, quando falamos em tratamento, nos referimos não somente à medicação, mas também à mudança de hábitos de vida, como atividade física, horário de sono regular, dieta equilibrada e, muito importante, psicoterapia”.