O que Renato Casagrande (PSB), Rose de Freitas (Podemos), Jackeline Rocha (PT), André Moreira (PSol), Manato (PSL) e Aridelmo Teixeira (PTB) pretendem fazer, se eleitos, para melhorar as condições de segurança da população capixaba? O que planejam os candidatos a governador para enfrentar a questão das drogas, que afetam gravemente a segurança e o futuro dos jovens? A instalação do Serviço Médico Legal está nos planos deles? As respostas para essas perguntas sobre o tema Segurança Pública estão publicadas a seguir, na terceira rodada do debate, em forma de breves entrevistas, que a Rede TC de Comunicações proporciona aos leitores dos jornais Tribuna do Cricaré e O Mercadão, além do portal TC Online.

Em contato com as assessorias de campanha, a Rede TC enviou três perguntas para os candidatos Renato Casagrande, Rose de Freitas, Jackeline Rocha, André Moreira, Manato e Aridelmo Teixeira. Conforme as orientações apresentadas, a resposta para cada pergunta foi limitada em até 700 caracteres. Por escrito, as respostas deveriam ser enviadas para o e-mail [email protected], até as 10h desta quinta-feira (6/09).

Nas edições que circularam nos dias 25 de agosto e 1° de setembro, a TC publicou, respectivamente, reportagens com as respostas dos candidatos sobre os temas Agricultura e Saúde.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

 Rede TC de Comunicações – Como o(a) senhor(a) pretende melhorar as condições de segurança da população capixaba?

 

Renato Casagrande (PSB)

Renato Casagrande – Com a reimplantação do Programa Estado Presente, como modelo de gestão da Política de Segurança Pública, aprimorando suas estratégias e ações de controle e prevenção à violência. Vamos retomar o programa Patrulha da Comunidade e recriar as unidades especializadas BME e Rotam, recuperando a capacidade de resposta da Polícia Militar; fortalecer as atividades desenvolvidas pelas Delegacias Regionais, com plantões 24 horas; implementar o Ciodes na região Norte; reforçar e implantar Delegacias Distritais e Companhias da PM em locais com altos índices de criminalidade; retomar o projeto Patrulha Rural e levar o programa Olho Digital e o Cerco Inteligente de Segurança para outros municípios.

 

Rose de Freitas (Podemos)

Rose de Freitas – Vamos investir em inteligência, tecnologia e na valorização das polícias Civil e Militar. Vamos ainda implementar um programa para reequipar as corporações, dando mais segurança ao cidadão e melhores condições de trabalho aos servidores. Não podemos mais permitir que as famílias sejam ameaçadas em suas casas. Vamos combater a insegurança no Estado, pois é indigno sair às ruas com medo.

 

 

 

Jackeline Rocha (PT)

Jackeline Rocha – É necessário destacar que, antes de qualquer ação, precisamos elaborar políticas públicas de prevenção. A questão da segurança pública é ampla, e é preciso pensar medidas que cortem a raiz do problema. Investir em programas conjuntos de ações culturais, esportivas e de inserção no mercado de trabalho, que representem maior presença do Estado em áreas mais vulneráveis à violência. Entretanto, o enfrentamento à criminalidade deve existir: combate ao tráfico, além de uma polícia com formação, equipada, delegacias fortalecidas e investimento cada vez maior em tecnologia para fortificar as investigações.

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André Moreira (Psol)

André Moreira – O PSol entende que não basta simplesmente aumentar o efetivo policial para reduzir os índices de violência no Espírito Santo. São Mateus, por exemplo, é um município violento. Segundo dados do Atlas da Violência 2018, a taxa de homicídios em São Mateus é de 56,9 assassinatos por 100 mil habitantes, índice bem acima da média nacional (38,6) de municípios com mais de 100 mil habitantes. Como ocorre em outros municípios mais populosos no Estado, os jovens são as principais vítimas da violência. A taxa de vulnerabilidade juvenil em São Mateus, entre jovens de 15 e 24 anos, é de 9,5% –a taxa média nacional para municípios com mais de 100 mil habitantes é de 9%. As altas taxas de violência, sobretudo entre os jovens, confirmam a necessidade de investimentos em políticas públicas voltadas para este segmento. (…)

Manato (PSL)

Manato – Dentro de nossas possibilidades, vamos estudar o aumento dos efetivos, com a realização de concursos regionais. Vamos melhorar as estruturas físicas, de equipamento e pessoal de delegacias, aumentar a inteligência das polícias, para que as investigações sejam bem concluídas. E, principalmente, vamos dar retaguarda jurídica aos policiais, de forma que eles tenham tranquilidade para agir, de forma correta, quando for preciso garantir a segurança da população.

 

 

Aridelmo Teixeira (PTB)

Aridelmo Teixeira – A segurança pública é apontada como um dos fatores críticos do Espírito Santo e compete primordialmente ao governo estadual. O primeiro desafio que temos é diminuir os crimes contra vida e patrimônio, e para superarmos isso devemos alcançar metas como estar entre os cinco estados com a menor taxa de homicídio do País, aumentar a apreensão de armas de fogo e munições, e aumentar o 50% de resolutividade de inquérito de crimes letais intencionais. Sendo assim, vamos intensificar a atuação policial nos territórios de maior criminalidade alinhada com outras ações sociais; modernizar e reaparelhar constantemente as instituições policiais; modernizar a identificação civil e criminal (digitalização do banco de dados de impressões digitais) no âmbito da PCES, através da Parceria Público-Privado. (…)

 

 

Rede TC – As drogas afetam gravemente a segurança e o futuro da juventude. Se eleito, como o(a) senhor(a) enfrentará essa questão?

Renato Casagrande – Tal problema requer investimentos em diferentes áreas, como saúde, educação e segurança, por exemplo. Para isso, vamos reativar o Programa Rede Abraço; fortalecer o Conselho Estadual de Juventude, para garantir maior participação dos jovens nas discussões das políticas públicas destinadas a eles; intensificar ações de enfrentamento à violência; ampliar as atividades culturais, esportivas e de lazer; e fortalecer programas de bolsas para jovens de baixa renda cursarem ensino superior; aperfeiçoar programas de estágios nas instituições públicas.

Rose de Freitas – Vamos investir em programas sociais e educativos como forma de reduzir e eliminar o uso de álcool, cigarro e outras drogas pelos jovens, bem como o seu comportamento violento. Vamos otimizar e ampliar o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), a versão brasileira do programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education (Dare), surgido em 1983. No Brasil, o programa foi implantado em 1992. Consiste em uma ação conjunta entre o policial militar devidamente capacitado –chamado Policial Proerd– e professores, especialistas, estudantes, pais e comunidade, no sentido de prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência entre estudantes. Consiste ainda em ajudar os jovens a reconhecer e resistir às pressões e a influência diária das drogas e da violência. (…)

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Jackeline Rocha – Trabalharei intensamente com políticas preventivas, levando, aos jovens, oportunidades de qualificação profissional, cultura, esporte e lazer. Implantarei o observatório do trabalho, para que possamos dar oportunidade a todos, mas em especial a juventude.

André Moreira – O PSol vai capacitar os profissionais da educação, saúde e direitos humanos, por exemplo, para lidarem com o tema drogas e saúde mental, na busca de superar as situações de desinformação e preconceitos existentes. Discutir as ações do sistema de medidas socioeducativas que privam de liberdade meninos e meninas que possuem envolvimento com as drogas –geralmente uso e nem sempre o tráfico– e rever as ações na área da segurança pública quando o assunto se refere ao tráfico, discutindo com as forças de segurança o seu real papel nessa questão. Os dados do Atlas da violência apontam que a questão da droga, sobretudo entre os mais jovens, está diretamente relacionada aos indicadores de pobreza do Estado. (…)

Manato – Pretendo atacar o problema em duas frentes. A primeira, junto com o Comando da PM, será a discussão sobre o retorno do BME e da Rotam, extintas no ano passado; intensificar as blitze da PM em todo o Estado e controlar as áreas de risco com o uso de drones. Na segunda frente, temos que ver justamente a questão social. Por isso, quero implantar projetos que tirem os jovens das ruas e do crime, como escolinhas esportivas, por exemplo. E vamos usar material produzido em presídios. Além, é claro, de fazer campanhas educativas, para orientar os jovens. Agindo assim, conseguiremos tirar nossos jovens e crianças das ruas e do mundo do crime.

Aridelmo Teixeira – A escola tem que ser mais atraente que o tráfico. Cerca de 70% da população carcerária do Espírito Santo são de pessoas que cometeram algum tipo de crime ligado ao tráfico de drogas. São jovens sem perspectivas, sem emprego e sem educação. Por isso, toda prioridade é para uma educação de qualidade, com escolas estruturadas, evitando a evasão e reduzindo a criminalidade nas ruas. Mas como fazer isso? Em nosso plano de governo, temos com metas qualificar 100 escolas vivas de ensino médio, sendo no mínimo uma por município, com implantação de 25% a cada ano, até o final do mandato. Reduzir a taxa de evasão escolar em 24,5% a cada ano e melhorar a educação na fase inicial da vida, evitando a escolha pelo crime.

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Rede TC – O Norte do Espírito Santo não dispõe de serviço médico legal, obrigando as famílias a se deslocarem até Linhares ou Colatina, em momentos muito difíceis. O(a) senhor(a) pretende implantar esse serviço em São Mateus?

Renato Casagrande – Está previsto em nosso plano de governo a expansão do serviço de Polícia Técnico-Científica no norte e sul do Estado, com infraestruturas de perícia criminal, serviço médico-legal e de identificação, melhorando a capacidade de atendimento à população dessas regiões, sobretudo nos casos de morte violenta e acidentes automobilísticos.

Rose de Freitas – Faz parte do nosso planejamento a otimização, capacitação e aumento do quadro de acordo com a necessidade de cada região do Serviço Médico Legal, pois há muito tempo as famílias têm sofrido. Sofrido em dois momentos: quando perdem um familiar e também para conseguir a liberação do corpo para o velório e sepultamento, diante da falta de legistas contratados na rede estadual. Muitas vezes o corpo, obrigatoriamente, precisa ser encaminhado para os municípios de Colatina ou Vitória. Isso significa um prolongamento no sofrimento e ansiedade dos familiares. Vamos ter atenção especial a essa demanda.

Jackeline Rocha – Iremos descentralizar toda política pública do Estado.  Desta forma, ter o melhor atendimento à população de todo o Estado do Espírito Santo. Também venho do interior do nosso Estado, e sei como essa ausência do governo pode prejudicar a vida de todos que necessitam.

André Moreira – A greve da Polícia Militar, em fevereiro de 2017, deixou patente a desestrutura do Departamento Médico Legal de Vitória, o principal do Estado. A Polícia Civil, à ocasião, protestou contra as precárias condições do DML e também ameaçou parar. Se a situação já é precária na capital, em Linhares, que é referência na região Norte, as condições de trabalho do Serviço Médico Legal são ainda mais graves. Neste mês de setembro, aliás, vence o prazo dado pela Vara da Fazenda Pública Federal e Municipal de Linhares para o Governo do Estado reestruturar o Serviço Médico Legal (SML) no Município. A Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual (MPES) reforçou a necessidade de adequação da unidade, cuja precariedade afeta os serviços prestados. (…)

Manato – Vou estudar, junto com a Polícia Civil, as possibilidades que temos para melhorar o atendimento. A descentralização de serviços é uma necessidade, mas temos que ver as condições, de efetivo e orçamentária, para fazer isso. Não posso prometer algo que, depois, veja que não terei condições de cumprir.

Aridelmo Teixeira – Segurança está entre as três prioridades do governo, junto com saúde e educação, como já dissemos. Quando eu assumir o mandato, tudo o que for feito vai estar voltado para dar condições de atendimento de qualidade à população, inclusive a regionalização de serviços, que é o caso aí do Serviço Médico Legal. Se o Governo não conseguir fazer com as próprias pernas, vai buscar parceria público-privada.

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