BERNARDO CARAM E RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O anúncio de um plano de demissão voluntária do Banco do Brasil desencadeou um processo de fritura do presidente da instituição, André Brandão, e auxiliares no Palácio do Planalto afirmam que o executivo pode ser demitido por decisão do presidente Jair Bolsonaro.

Caso a demissão seja confirmada, Brandão sairá do comando do banco menos de quatro meses após sua posse.

Membros da equipe econômica relataram ao jornal Folha de S.Paulo que o anúncio da reestruturação do banco, que inclui demissões de funcionários, foi a causa da fúria no Palácio do Planalto.

Na segunda-feira (11), o Banco do Brasil informou ter aprovado um conjunto de medidas que diminuem sua estrutura organizacional, com fechamento de pontos de atendimento. Serão encerradas 361 unidades, sendo 112 agências.

Também foram criadas pelo banco duas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos funcionários. O Programa de Adequação de Quadros, para redistribuir força de trabalho, e o Programa de Desligamento Extraordinário, disponível a todos os funcionários do BB que atenderem a pré-requisitos.

A estimativa do BB é que cerca de 5 mil funcionários façam adesão aos dois programas.

De acordo com uma fonte do Ministério da Economia, o programa é tecnicamente impecável e promove redução de custos para o banco. No entanto, o momento para a adoção da medida foi considerado desastroso, um erro político.

O argumento é que o país passa por uma situação muito complicada na área de emprego, ainda sem sinais de arrefecimento da pandemia do novo coronavírus. Por isso, o anúncio do BB foi visto como um sinal de falta de sensibilidade do presidente André Brandão.

Membros do Ministério da Economia afirmam ainda que informações sobre o Banco do Brasil geram apelo no Congresso e, por isso, o programa de demissões pode ser jogado contra o governo nas negociações para a eleição da cúpula do Legislativo.

O momento escolhido para a divulgação do plano também foi visto como outro sinal que trouxe danos para a imagem do governo.

No mesmo dia, a Ford anunciou que fechará todas as suas unidades fabris no Brasil, o que deve ter impacto direto sobre 5 mil empregos.

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