RICARDO DELLA COLETTA, DANIEL CARVALHO E RENATO ONOFRE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como “clara medida de intimidação” a divulgação, por um perfil que se identifica como sendo do grupo de hackers Anonymous Brasil, de seus dados pessoais e de dois de seus filhos.

Em uma publicação no Facebook, Bolsonaro também disse que está adotando medidas legais contra os responsáveis.

“Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista ‘Anonymous Brasil’ divulgou, em conta do Twitter, dados do presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes não passem impunes”, escreveu.

Os filhos do mandatário que também tiveram dados pessoais divulgados foram o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Também foram expostas informações atribuídas à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, e ao deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP). Pouco depois, as informações foram retiradas do ar.

O Ministério da Justiça determinou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para apurar o vazamento.

“Determinei à PF a abertura de inquérito para investigar vazamento de informações pessoais do presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e demais autoridades. As investigações devem apurar crimes previstos no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas”, afirmou o ministro André Mendonça pelo Twitter.

O caso também está sendo apurado pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Os dados vazados, em sua maioria, são públicos e estão disponíveis em informações prestadas pelos atingidos à Justiça Eleitoral e a órgãos de controle da União.

Procurado pela reportagem, o grupo afirmou que divulgou o número do CPF, telefones e Whatsapp, e-mails, endereços, renda e bens. No site da Justiça Eleitoral há uma lista dos bens e salários de todos os políticos, mas dados pessoais não eram públicos.

“Os dados foram soltos no dia 1 de janeiro, às 21h30, pelo @AnonymouBrasil. Depois disso houve uma discussão com o Douglas [Garcia] e fomos suspensos”, afirmou o grupo.

Após o grupo ser suspenso pela rede social, eles já criaram um novo endereço. “Estávamos há 8 anos com o twitter @AnonymouBrasil, depois dos vazamentos do Bolsonaro, filhos e afiliados, a conta foi suspensa. Seguimos com essa secundária. #Anonymous #Antifascista”.

Um outro perfil também criado pelo Anonymous chegou a publicar fotos de um dos documentos. Um deles mostra o registro de uma empresa digital, com capital social de R$ 1.000, em nome de Bolsonaro e dos filhos. O endereço não foi exposto, mas o grupo incluiu uma foto da casa onde a empresa estaria registrada.

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