BARRAGEM DEVERIA SER CONSTRUÍDO NUM PRAZO DE DOIS ANOS NO COMPLEXO DE CACHOEIRAS DA JARARACA E DO INFERNO, NO KM 47, TENDO COMO PRIORIDADE A GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
A barragem prometida para ser construída no Rio Cricaré, que deveria ser a segunda maior do Estado, foi um projeto apresentado pela empresa Luz e Força Santa Maria, tendo como prioridade a geração de energia elétrica. De iniciativa privada, o projeto foi apresentado pela empresa para autoridades em novembro de 2016, sendo o governo estadual responsável unicamente pelo licenciamento ambiental.
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A Luz e Força Santa Maria é uma empresa tradicional no Espírito Santo, com sede em Colatina, onde familiares controladores também dirigem o Frisa, que é o mais importante frigorífico de bovinos do Estado. Em São Mateus, a família é proprietária de uma fazenda no Km 47, onde inclusive tem um confinamento de gado à margem da rodovia para Nova Venécia. São nas terras dessa fazenda que a empresa projetou a construção da barragem.
A notícia do projeto de construção da barragem foi dada à Rede TC de Comunicações pelo empresário Arthur Coutinho, que visitou o local junto com a equipe do então governador Paulo Hartung. Acompanhavam a comitiva nessa visita técnica ao local o então prefeito de São Mateus Amadeu Boroto, o secretário estadual de Agricultura Octaciano Neto, o jornalista Márcio Castro e o deputado estadual Gildevan Fernandes. Também participou o atual prefeito de São Mateus, Daniel Santana, na condição naquele momento apenas de prefeito eleito, já que assumiria o cargo somente em janeiro de 2017.
A barragem prometida seria a segunda maior do Estado e abrigaria a Pequena Central Hidrelétrica Cachoeira do Inferno, de iniciativa da empresa Luz e Força Santa Maria, que tem sede em Colatina. O título de maior barragem do Estado é de Pinheiros, que possui capacidade para armazenar 18 milhões de metros cúbicos de água, enquanto a de São Mateus havia sido projetada para 3,3 milhões. O projeto da barragem não foi concretizado. Nas últimas vezes que a Rede TC de Comunicações cobrou esclarecimentos da Luz e Força Santa Maria, a empresa não prestou informações.
Ainda na época, o ex-secretário Octaciano Neto chegou a afirmar que a barragem poderia servir também para abastecimento humano: “A barragem terá um papel similar à barragem do Rio Bonito, em Santa Maria da Vitória, que segura água para geração de energia. No momento de crise hídrica, essa barragem poderá servir para o uso humano”.
Em entrevista, o então diretor da empresa Luz e Força Santa Maria, Arthur Coutinho, disse em 2016 que o prazo para a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica era de um ano e meio a dois anos, a partir dos processos de licenciamento ambiental. O executivo havia explicado também que o projeto de construção de uma usina hidrelétrica no Rio Cricaré já era antigo.