Uma baleia jubarte da população que se reproduz no Banco dos Abrolhos, Bahia, completou 30 anos sendo monitorada pelo Projeto Baleia Jubarte através da foto-identificação. A técnica permite acompanhar a vida e os movimentos de baleias individuais usando imagens de seu padrão de desenhos da cauda, que é como uma impressão digital, não se alterando ao longo da vida, conforme explica o Projeto.
“A baleia, batizada de Dino, nome inspirado nos dinossauros e escolhido após uma enquete popular realizada pelo Projeto, teve sua história de vida organizada pelos pesquisadores através de um software chamado Happywhale, que permite armazenar e comparar fotografias de caudas de jubartes de todo o planeta, facilitando o registro de reavistagens e o acompanhamento de seus movimentos pelos pesquisadores. As fotos de Dino estão entre os mais de 7.000 registros que o Projeto Baleia Jubarte já contribuiu para esse catálogo eletrônico” – detalha.
“Possivelmente um macho, uma determinação que os cientistas do Projeto fazem a partir do comportamento observado do animal em diversas ocasiões, como por exemplo acompanhando um par de fêmea com seu filhote. Dino foi registrado pela primeira vez em Abrolhos em 1989, retornou em 1991 junto de outra baleia, acompanhou uma dupla de fêmea com seu filhote em 1992, estava competindo com outras quatro baleias por uma fêmea em 2005 e finalmente em 2019 foi visto próximo a Porto Seguro por uma parceira do Projeto Baleia Jubarte” – afirma o Projeto.
Bióloga aponta que resultado ajuda a entender o ciclo de vida das baleias
Segundo a bióloga Bianca Machado Righi, que integra a equipe de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, “resultados como este demonstram a importância do esforço de pesquisa de campo a longo prazo, ajudando a entender o ciclo de vida das baleias, sua fidelidade às áreas de reprodução, e outras informações importantes para podermos propor medidas efetivas de conservação da espécie e seu ambiente”.
Este ano de 2023 marca a 35ª temporada de pesquisa de campo do Projeto Baleia Jubarte, “que é um dos programas contínuos de mais longo prazo de pesquisa e conservação de baleias no mundo”. Com a transferência completa do catálogo de foto-identificação do Projeto para o sistema Happywhale, os pesquisadores esperam que novas descobertas de baleias como Dino, com seu reaparecimento no Brasil ao longo dos anos, sejam realizadas, confirmando uma vez mais a importância de Abrolhos como área reprodutiva das jubartes no Atlântico Sul.
Foto do destaque: Projeto Baleia Jubarte/Divulgação







