sexta-feira, julho 18, 2025
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B3 inicia negociação do conilon capixaba na próxima segunda-feira

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A B3, bolsa de valores de São Paulo, inicia na segunda-feira (23) a negociação do contrato futuro do café conilon e robusta produzido no Espírito Santo. Em entrevista exclusiva à Rede TC de Comunicações, a head de produtos de commodities da B3, Marielle Brugnari, pontua que o objetivo é proteger os preços dos cafés capixabas.

“Com esse lançamento, a empresa busca atender uma demanda antiga do mercado local para a criação de um derivativo que permita a proteção de preço dos cafés canephoras [que possui um teor mais alto de cafeína e menor doçura natural] contra as flutuações inesperadas” – afirma Marielle.

Ela detalha que os produtores do Espírito Santo poderão realizar a entrega física do café em armazéns credenciados pela B3. Ressalta ainda que a bolsa também será responsável por avaliar as amostras de café e verificar os critérios de qualidade estipulados no contrato, como número máximo de defeitos, peneira, umidade, entre outros.

De acordo com Marielle, o contrato futuro de café conilon terá a possibilidade de entrega física, com lotes depositados em armazéns credenciados e classificados pela B3. “Atualmente já temos um armazém credenciado no município de Linhares, mas ainda temos outros armazéns em processo de credenciamento, e a qualquer momento novos armazéns também poderão solicitar o seu credenciamento junto à B3” – frisa.

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Marielle explica que o café será negociado cru, em grãos, em contratos que equivalem a 100 sacas de 60kg cada e com vencimento nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro. “O Espírito Santo tem a maior produção de café conilon do País. A possibilidade de negociar contratos futuros de café permite que os participantes da cadeia, como produtores, cooperativas, comercializadoras e indústrias, se protejam contra a volatilidade dos preços do mercado ao fixar um preço para a negociação futura do café” – reforça.

 

Medida visa fortalecer o mercado, reduzir riscos e atrair novos investidores, analisa Enio Bergoli

O secretário estadual da Agricultura, Enio Bergoli, defende que a entrada do café conilon na bolsa de valores de São Paulo marca um novo capítulo para a principal atividade do agronegócio capixaba.

Na opinião dele, a medida visa fortalecer o mercado do produto, reduzir riscos e atrair novos investidores. “Com essa inclusão, o Espírito Santo, maior produtor e exportador de conilon do Brasil, ganha um importante instrumento para estabilizar os preços e garantir maior previsibilidade ao setor. A B3 atuará como um termômetro do mercado, sinalizando as tendências de preços e permitindo que produtores e demais envolvidos no negócio planejem suas atividades com mais segurança. A entrada do conilon na bolsa é um passo fundamental para consolidar o setor cafeeiro capixaba” – afirma.

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Enio Bergoli acredita que a maior visibilidade do produto no mercado financeiro pode impulsionar as exportações e consolidar a posição do Espírito Santo como principal produtor mundial de Conilon.
Foto: Seag/Divulgação

Ele explica que, ao reduzir as oscilações de preço e aumentar a liquidez do mercado, a medida protege o patrimônio dos cafeicultores e de suas famílias. Ressalta ainda que a inclusão do conilon na B3 deve atrair novos investidores para o setor, “ampliando as possibilidades de negócios e fortalecendo a cadeia produtiva”.

Enio Bergoli acredita que a maior visibilidade do produto no mercado financeiro pode impulsionar as exportações e consolidar a posição do Espírito Santo como principal produtor mundial de Conilon.

 

“Mais uma opção”, avalia Germano Polez

O produtor rural e comerciante atacadista de café e pimenta-do-reino, Germano Polez, avalia a negociação do café conilon robusta na B3 como favorável para o setor produtivo da região e de todo o Estado.

“É mais uma opção que o produtor, o comerciante, o exportador, a indústria, vai ter de fazer para o seu negócio imediato e futuro na bolsa de São Paulo, conseguindo travar o café com segurança e liquidez contra às oscilações do mercado” – analisa.

Germano Polez é agricultor e comerciante atacadista de café e pimenta-do-reino no município de Jaguaré.
Foto: Divulgação

O empreendedor Germano Polez atua no mercado de compra e venda de café em Jaguaré há 20 anos. Com o apoio da família, fundou a Polez Café, que atualmente conta com 6 mil metros quadrados de área de armazenamento e beneficiamento, trabalhando com grandes empresas, incluindo multinacionais. Além de Jaguaré, a Polez Café também possui clientes  em Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Pinheiros, Ecoporanga e uma filial no sul da Bahia.

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O norte do Espírito Santo, com destaque para São Mateus, Jaguaré, Boa Esperança, Pinheiros e Nova Venécia, figuram na lista dos maiores produtores de café conilon do Estado, que inclui também os municípios de Sooretama, Rio Bananal, Vila Valério e Linhares.

Foto do destaque: B3/Divulgação

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