SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – “Hoje, a Argentina não pode pagar nada. Durante alguns anos, não pode pagar nada.”
Assim começou a fala do ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, ao apresentar a oferta de reestruturação da dívida pública junto aos credores privados, com títulos emitidos sob legislação estrangeira.
A proposta argentina prevê que o país fique três anos sem efetuar nenhum pagamento. Em 2023, o país começaria a pagar a dívida por meio de um cupom de 2,33% do total, com taxas de juros crescentes, que começariam em 0,5%, e subiriam “num ritmo sustentável”, explicou o ministro.
As dívidas externa e interna argentinas correspondem a 97% de seu PIB. Se a medida for aceita, a Argentina deixaria de pagar, neste ano, US$ 3,3 bilhões.
O anúncio foi feito com a presença do presidente, Alberto Fernández, e da vice-presidente, Cristina Kirchner, na residência oficial da Quinta de Olivos.
Guzmán disse que tinha o apoio do Fundo Monetário Internacional, a quem o país deve US$ 44 bilhões, do G20 e do G7.
“Ainda falta um acordo com os credores privados, mas explicaremos a ele porque esse pagamento tem de ser sustentável”, disse.
A proposta chegará oficialmente a eles nesta sexta-feira (16), e eles teriam 20 dias para expressar se aceitam ou não.
“Há muitos que defendem que temos de fazer mais ajuste fiscal, rápido e mais duro. Mas isso destruiría o futuro, as oportunidades de milhões de argentinos”.
Guzmán disse que, nesses próximo 20 dias, colocará todo o esforço em buscar um entendimento com os credores.
Segundo o governo, a proposta já contaria com a adesão de um 66% dos detentores dos títulos, mas que a tendência seria aumentar com as negociações vindouras.

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