SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após anunciar a suspensão do calendário de futebol do Chile, o presidente da federação local (ANFP), Sebastián Moreno, pôs em dúvida a realização da final da Taça Libertadores, a ser disputada entre Flamengo e River Plate (ARG), na capital do país, em 23 de novembro.
O dirigente reforçou o compromisso em receber em Santiago a decisão do torneio continental, organizado pela Conembol, mas ponderou sobre a onda de protestos no país, que, desde o dia 18 deste mês, deixou ao menos 20 mortos e cerca de 1500 feridos, em meio a confrontos entre policiais e manifestantes.
“A Conmebol está sendo permanentemente informada sobra a situação do Chile. Há representantes deles em Santiago. O presidente [da Conmebol, Alejandro] Domínguez confirmou que haverá o jogo, e é importante que se jogue, mas também temos de estar cientes da situação nacional”, disse Moreno.
Domínguez havia reafirmado na semana passada, em entrevista a uma rádio do Paraguai, onde está sediada a Conmebol, a intenção de ter a finalíssima da competição em Santiago, no Estádio Nacional. “Eles vão se recuperar do que estão vivendo”, afirmou o dirigente na ocasião.
A intenção do cartola ainda havia sido reforçada pela confederação em publicação no Twitter. “Reafirmamos nosso compromisso de celebrar a final única da Libertadores 2019 no Estádio Nacional de Santiago do Chile no próximo dia 23 de novembro”, escreveu na última quinta-feira (24).
No Chile, no entanto, todo o calendário de futebol profissional foi suspenso pela ANFP até a próxima segunda-feira (2), prazo que poderá ser estendido a depender das condições de segurança no país, segundo explicou o presidente da entidade chilena.
“O futebol faz parte da engrenagem social do país, e não somos alheios ao que se vive no Chile. Estamos conversando com as autoridades. Ontem [segunda-feira (28)], nos reunimos, e nos disseram que não há condições de termos jogos neste final de semana. Entendendo isso, suspendemos o calendário”, afirmou Moreno.
“A avaliação é permanente, dia após dia. Quando houver condições, a ideia é retomar o futebol, mas não a qualquer custo”, completou o dirigente.
Os atos no Chile tiveram início devido a um aumento de 3,75% no valor da tarifa de metrô. O presidente do país, Sebastián Piñera, tentou voltar atrás e cancelar o reajuste, mas a medida não conteve os protestos, que ganharam novas reivindicações, com críticas ao sistema de aposentadoria, ao aumento da desigualdade e à falta de serviços públicos.

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