Após a operação Morada Ilusória, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) pela Polícia Federal, em nota, a Prefeitura de São Mateus afirmou que não possuía informações oficiais, “uma vez que ainda não recebeu qualquer notificação formal referente à suposta investigação mencionada”. Afirmou ainda que até a tarde desta terça, “todas as informações chegaram ao nosso conhecimento exclusivamente por meio da mídia [imprensa]”.
“Diante dos fatos relatados e das informações veiculadas pela imprensa, a Prefeitura decidiu instaurar um processo administrativo com o objetivo de apurar os fatos de forma minuciosa. Este processo visa assegurar a transparência e a responsabilidade na administração pública. Reafirmando nosso compromisso com a transparência e a integridade” – destacou.
ENTENDA
A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira oito mandados de busca e apreensão, além de cumprir medida cautelar de bloqueio de valores. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Federal, os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de São Mateus.
Segundo a PF, “a ação policial decorre de investigação de possível desvio de recursos públicos por meio de direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro imputados a servidores públicos e empresários que participaram do processo de contratação pública realizada pela Secretaria de Obras do Município de São Mateus/ES”.
Na nota distribuída à Imprensa, a Polícia Federal diz que “a suspeita é de que tenha havido direcionamento de licitação a determinadas empresas, que pagariam propina a servidores do município por meio de imóveis”.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, “por ocasião do cumprimento das medidas cautelares, foram bloqueados pouco mais de R$ 220 mil e apreendidos quatro veículos, medidas essenciais para recuperação de ativos e ressarcimento ao erário público, bem como foram apreendidos documentos e mídias que serão encaminhados à perícia”.
A PF informa ainda que, “durante a ação foi realizada a prisão em flagrante de um dos alvos pela prática de crime de porte de arma de fogo de uso permitido e receptação”. No entendimento do órgão policial, os envolvidos poderão responder por crimes de peculato e lavagem de dinheiro, além de porte de arma de fogo de uso permitido e receptação. A Polícia não divulgou os nomes dos envolvidos.
DEFESA
O advogado Gilson Curvo Maciel disse representar a defesa de um investigado. Para a Reportagem, ele afirmou que não poderia se manifestar porque ainda não havia tido acesso às informações da Polícia Federal. “Foi tolhido o acesso ao processo até o presente momento”. O advogado disse ainda que, “assim que tiver alguma abertura processual por parte da magistrada, talvez tenhamos um pronunciamento melhor a respeito”.
Gilson Curvo afirmou que confia na inocência do cliente dele. “Pelo pouco que me foi passado, são coisas requentadas, nada de novo, vestígios de operações anteriores, nada que venha desabonar a conduta [do cliente dele]” – complementou, afirmando que a defesa está tranquila.