JOÃO GABRIEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após sua melhor participação na história no Campeonato Mundial, em Manchester, e nos Jogos Pan-Americanos, em Lima, no ano passado, o taekwondo brasileiro tentará repetir o feito em 2020 nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Para isso, precisará de bons resultados primeiramente no torneio pré-olímpico, que começa nesta quarta-feira (11), na Costa Rica e vai até quinta (12).

Foto: Reprodução

Os combates terão início às 11h (de Brasília), com transmissão apenas pela internet. A princípio, o evento não teria público, em razão da epidemia de coronavírus, mas a posição foi revista pela organização.
Talisca Reis (até 49 kg), Milena Titonelli (até 67 kg), Netinho (até 68 kg) e Icaro Miguel (até 80 kg) são os quatro brasileiros na disputa, que garante a vaga olímpica aos dois melhores colocados de cada categoria. Caso todos avancem, o Brasil igualará sua maior delegação em Jogos.
Até agora, o país tem dois bronzes em Olimpíadas, conquistados por Natália Falavigna, em Pequim-2008, e por Maicon Andrade, na Rio-2016.
Maicon, 27, não foi escolhido pela Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTK) entre os quatro lutadores que poderia levar para o pré-olímpico. Assim, não tem mais chances de ir a Tóquio.
Natália, hoje coordenadora de seleções da confederação, diz que a escolha foi feita estritamente pelo índice da CBTK, criado no final de 2017 para os atletas do Brasil.
Ele leva em consideração não só o nível do torneio disputado, mas também o ranking dos participantes do evento, assim como a quantidade total de lutadores.
Maicon chegou a questionar a confederação por conta dos critérios usados para desclassificá-lo. Ele, Icaro e Netinho ocupavam a nona posição do ranking mundial da Federação Internacional de Taekwondo em janeiro, quando a delegação do pré-olímpico foi selecionada.
O medalhista da Rio-2016 e sua equipe argumentam que o critério foi subjetivo e não transparente, mas decidiu não dar prosseguimento à reclamação.
Questionado, o treinador do atleta, Rafael Valério, disse que os Jogos de Tóquio são página virada e que eles não comentarão mais o assunto, já com foco na Olimpíada de 2024, em Paris.
“O Netinho se destaca em relação à performance internacional, conquistas de medalhas e também na relação de vitórias contra os seus principais oponentes. É um atleta com domínio no continente americano, que mesmo jovem tem uma vasta experiência internacional. O Icaro teve um excelente ciclo olímpico principalmente nos dois últimos anos”, afirma Natália.
A classificação dos brasileiros para os Jogos via pré-olímpico tornou-se a única opção após nenhum deles ter ficado entre os seis melhores colocados do ranking no final de 2019.
Na Costa Rica, a seleção brasileira terá dois medalhistas de ouro e dois de prata do Pan de Lima. Na última edição do evento, o país conquistou 7 medalhas em 8 disputadas.
O desempenho no Peru veio na sequência da principal participação do Brasil em Mundiais. No mês de maio, foram cinco medalhas no torneio de Manchester, que conta com oito categorias de cada gênero, o dobro do Pan e da Olimpíada.
Milena Titoneli, 21, foi a primeira mulher do Brasil a subir ao posto mais alto do pódio em Pans. A atleta do também foi bronze no Mundial de 2019, competição em que Icaro, 24, ficou com a prata.
No pré-olímpico, o que pode ser um desafio para os atletas é a falta de experiência nesse tipo de competição.
A média de idade da delegação que está na Costa Rica é de 24 anos, mas nem Talisca, 30, a mais experiente, tem uma edição de Olimpíada no currículo.
Natália ressalta, porém, que os atletas acumulam participações em Grand Prix e Campeonatos Mundiais. Cita também que a sua experiência como primeira medalhista olímpica do Brasil e a de toda a comissão técnica em outras edições dos Jogos será usada para evitar que isso afete a performance da equipe nos próximos dias.

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