O câncer de boca não surge de um dia para o outro, mas dá sinais que não devem ser negligenciados. Quem alerta é o médico radioterapeuta Persio Freitas, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), sobre a quarta causa de tumores em homens com mais de 40 anos na região Sudeste, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

“E que sinais seriam estes? Manchas brancas ou avermelhadas, feridas e aftas que não cicatrizam depois de 15 dias e nódulos no pescoço. Casos mais avançados podem se manifestar por meio de sangramento ou dificuldade para engolir e falar” – afirma a assessoria do IRV.

De acordo com o médico, esse tipo de câncer pode atingir qualquer área dentro da boca e a orofaringe –junção da parte posterior da língua com a faringe. “Nessa situação, existe relação maior com a infecção por Papilomavírus Humano (HPV)”.

 

 

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Persio aponta ainda que, conhecido como câncer da cavidade oral ou bucal, o tumor surge em regiões como borda lateral da língua, embaixo da língua, lábio inferior, céu da boca e parte interna da bochecha.

“O principal desafio para os médicos é descobrir a doença na fase inicial. Quanto antes isso ocorrer, maior será a chance de cura do paciente. O diagnóstico pode ser feito com o exame clínico (visual), mas a confirmação depende da biópsia. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam na investigação” – destaca Persio Freitas.

 

Sinais merecem atenção

 

Vitória – Alguns sinais, como as aftas, merecem atenção. Segundo o especialista, no geral elas curam e cicatrizam em até 15 dias. Caso isso não aconteça, é importante investigar.

“A afta pode aparecer como uma mancha branca ou avermelhada, ou se manifestar como uma ferida que não cicatriza, sem dor. Quanto mais tempo passa, mais os sintomas podem se agravar. Essas manchas ou feridas vão se transformando. Por isso é importante acender o alerta e investigar”, explica Persio Freitas.

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De acordo com o médico, a maior dificuldade relacionada a este tipo de tumor é que os pacientes iniciam o tratamento em fase avançada da doença.

O especialista recomenda alguns cuidados para prevenir a doença, como não fumar, limitar o consumo de bebida alcoólica, manter uma boa higiene bucal, vacinar-se contra o HPV, usar preservativos nas relações sexuais e ter uma alimentação saudável.

“A boca é uma região que pode ser observada sem dificuldade, através do autoexame. Abra bem a boca em frente ao espelho e olhe a parte direita e esquerda, verificando se há alguma lesão. Ponha dois dedos na parte interna da bochecha para avaliar a região. Olhe ainda o céu da boca e a parte de baixo da língua. Se localizar alguma lesão, procure um médico” – recomenda Persio Freitas.

 

TRATAMENTO

O especialista explica que o tratamento do câncer de boca é cirúrgico na maioria dos casos. “A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não for possível ou se houver risco de a intervenção cirúrgica trazer sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente” – afirma Persio Freitas.

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Segundo o Inca, por ano surgem 15.190 novos casos de tumor de boca, sendo 11.180 em homens e 4.010 em mulheres. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer (dados de 2019), a doença mata 6.605 pessoas por ano.

 

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