SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 17 pessoas morreram e outras 173 ficaram feridas -15 delas em estado grave-, em um acidente de avião da companhia aérea Air India Express na cidade de Calicute, no sul da Índia, nesta sexta (7).

A aeronave, um Boeing 737 com 190 pessoas a bordo, realizou pouso de emergência sob forte chuva e, ao ultrapassar a pista, caiu em um vale de cerca de 10 metros, partindo a fuselagem em duas partes.

Imagens de televisão mostraram que o bico do avião colidiu com uma parede, e a parte central foi pulverizada. Os dois pilotos morreram.

O voo vinha de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e era operado pelo governo, que repatriava indianos durante as restrições internacionais de viagens devido à disseminação do novo coronavírus.

Segundo um comunicado do Ministério da Aviação Civil, havia dez crianças na aeronave.

Não há informações sobre o estado de saúde delas.

Para conter a pandemia, a Índia bloqueou todos os voos no país no começo de março. Viagens internacionais foram retomadas recentemente.

Segundo o ministro Hardeep Singh Puri, não houve fogo a bordo, e a operação de resgate conseguiu retirar todos os passageiros do avião.

A Boeing afirmou que está recolhendo informações sobre o acidente, monitorando a situação e oferecendo assistência à companhia aérea.

De acordo com o jornal indiano The Times of India, o aeroporto de Karipur havia recebido, em julho, uma notificação da Direção Geral de Aviação Civil indiana –órgão que regula questões de segurança e investiga acidentes.

Uma inspeção feita pela entidade havia identificado excesso de depósito de borracha, rachaduras, poças de água e declives acima do permitido na pista de pouso.

Segundo o jornal, a fiscalização foi feita após uma série de aeronaves saírem da pista do aeroporto quando molhada.

O último grande acidente aéreo na Índia ocorreu em maio de 2010, em circunstâncias muito parecidas.

Um outro Boeing 737 da Air India que vinha de Dubai teve problemas ao pousar no aeroporto de Mangalore. A aeronave não conseguiu parar e caiu em uma colina ao final da pista. Em seguida, pegou fogo.

Ao todo, 158 pessoas morreram e 8 sobreviveram.

As pistas de ambos os aeroportos ficam em cima de planaltos e têm quedas acentuadas em pelo menos uma das pontas.

Em julho de 2019, três aviões escaparam da pista em menos de 24 horas em diferentes aeroportos do país, mas não houve grandes danos, e passageiros tiveram apenas ferimentos leves.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, escreveu no Twitter que está “machucado pelo acidente [no aeroporto de] Kozhikode”. “Meus pensamentos estão com aqueles que perderam seus entes queridos. Que os feridos se recuperem o mais cedo possível.”

O ministro da Defesa, Rajnath Singh, chamou as notícias desta sexta-feira de devastadoras. “Estou profundamente angustiado com as mortes no acidente com o voo da Air India”, escreveu nas redes sociais.

O ministro das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, também enviou orações para as famílias e disse aguardar mais informaçõessobre o caso. “Profundamente consternado sobre a tragédia da Air India.”

Em fevereiro, outro Boeing 737 se partiu após falhar na aterrisagem. O caso ocorreu em Istambul. Havia 183 pessoas a bordo, e 3 morreram. O pouso também ocorreu em meio à forte chuva.

Naquela ocasião, a parte da cabine dos pilotos ficou totalmente separada do resto da fuselagem. O avião pertencia à Pegasus, uma companhia de baixo custo da Turquia.

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