Um dos maiores especialistas em descomissionamento de plataformas no Brasil, com 45 anos de experiência na área petrolífera, Mauro Detri comunicou, nesta quinta-feira (2), que a licitação para desmonte e remoção das três plataformas do Campo de Cação, em Uruçuquara, foi adiada para o dia 3 de junho. O último dia para entrega de propostas seria na próxima segunda-feira, 6. Em entrevista por telefone à Rede TC, ele disse que apoia a iniciativa de usar as estruturas para criação de um sistema de recifes artificiais no local, porém entende que os proponentes desta ideia perderam o ‘time’.

“Eu disse para o Eduardo Rodrigues da Cunha [Duzinho] que eles estão seis anos atrasados, mas é perfeita e legítima essa aspiração”, salientou. Ceo na empresa Destri Consulting, servidor aposentado da Petrobras e consultor em descomissionamento e gestão de ativos, Mauro afirma ainda que somente com uma ação direta do governador Renato Casagrande junto à direção da estatal, ou com o próprio presidente Jair Bolsonaro, poderá fazer esse plano de afundar as plataformas no litoral mateense ser concretizado.

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De acordo com Mauro Destri, que também é professor na Faculdade Salesiana, é natural que uma licitação deste porte e pioneira sofra adiamentos. “Porque os fornecedores nacionais e internacionais têm dificuldades para montar as propostas, com muitas dúvidas referentes ao edital e que a Petrobras não tem condições de responder a todas. Eu já esperava pelo adiamento” – afirmou o consultor, que oferece, no dia 11, um curso descomissionamento onde pretende abordar esses e outros aspectos.

O especialista explica ainda que até o momento já montou oito propostas comerciais para empresas interessadas na licitação.

REUNIÃO EM URUÇUQUARA

Nesta sexta-feira acontece uma reunião em Uruçuquara, às 14h, para tratar da proposta de pescadores e ambientalistas sobre o afundamento das plataformas da Petrobras no Campo de Cação com o objetivo de se criar um sistema de recifes artificiais no litoral mateense. As informações foram passadas à Rede TC pelo gestor ambiental Eduardo Rodrigues da Cunha, o Duzinho, que disse que participará da reunião, que terá ainda as presenças de líderes de associações de moradores e de pescadores, além de outros entusiastas da iniciativa.

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Especialista explica que objetivo das empresas é faturar também com os metais da plataforma

A ideia de uma plataforma fixa ser transformada num recife artificial é bem-vista, a depender de uma série de estudos do solo marinho, da vida animal e calcária. Tem que ser um estudo bem feito, fiscalizado por órgãos ambientais. No ponto de vista futuro, o local deve se tornar um ponto turístico importante para a região, assim como acontece no Golfo do México, por exemplo” – disse Mauro Destri, ceo da Destri Consulting e um dos maiores especialistas em descomissionamento de plataformas no Brasil.

Ele afirma também que o objetivo das empresas é, em primeiro lugar, faturar com a retirada e, depois, com a venda das sucatas, que possui materiais com bom valor de mercado, como cobre, manganês, aço inox e níquel. Mauro disse que esses estudos demoram de seis meses a um ano para serem concluídos, apresentados e validados. “Repito, tem que ser um estudo sério, que demanda tempo e não é barato, é caro”.

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Mauro Destri salientou ainda que já conversou sobre o assunto com várias pessoas no Espírito Santo e que, inclusive, está à disposição do governador para dar as explicações que forem necessárias.

Macaé-RJ

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