Para tentar amenizar os efeitos da erosão marinha que atinge a Praia de Barra Nova, a Prefeitura de São Mateus planeja para esta sexta-feira (22) a abertura de um canal, mais ao sul da foz, ligando o lago com o Oceano Atlântico. Com o avanço do mar nesta quinta, árvores foram arrastadas, assim como faixas de areia. A ressaca ameaça inclusive moradias construídas na faixa leste do balneário. Na quarta-feira, um banheiro foi tomado pela maré.
Enquanto esteve no local, a Rede TC registrou três árvores sendo derrubadas e arrastadas com o avanço da erosão marinha. Sem isolamento na área, uma mulher quase foi atingida por uma delas. Outra árvore caiu sobre uma casa desocupada. A preocupação cresce ainda mais já que há a possibilidade de formação, neste fim de semana, de um ciclone tropical no litoral do Espírito Santo, conforme alertam os institutos Climatempo e Inmet.
Engenheira civil e ambiental, a secretária municipal de Meio Ambiente Christiani Rampinelli fez um levantamento técnico na área atingida pela erosão marinha, que incluiu a observação do curso da água, dos pontos críticos, a forma que o mar avança e estudo do melhor local para uma intervenção. Após a análise, ela entraria com o pedido de autorização, junto ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), para a Secretaria de Obras iniciar os trabalhos. Christiani enfatiza que a situação requer ação imediata.
A Secretaria de Comunicação relata que o prefeito Daniel Santana mobilizou uma força-tarefa, envolvendo também a Secretaria de Defesa Social, que inclui a Defesa Civil, para uma resolução do problema, checagem de residências em risco de desabamento e de orientação e assistência à comunidade. Em agenda nesta sexta-feira (22) com o governador Renato Casagrande, Daniel adianta que pedirá apoio do Governo do Estado.
“Este processo de erosão do lado norte começou há uns seis meses. No Carnaval, já estava próxima das casas e derrubando as casuarinas” – disse o gestor ambiental Eduardo Rodrigues da Cunha, o Duzinho, que esteve em Barra Nova nos últimos dois dias. Ele salienta que a foz artificial muda de lugar naturalmente, mas desta vez avançou muito para o norte.
O deputado estadual Freitas foi conferir a situação. Ao observar o grau da erosão, avaliou que uma intervenção não é simples, já que a ressaca é cíclica, mas está em andamento. Ele defende que, em períodos de maré baixa, uma medida preventiva é manter aberto um canal mais ao sul, numa ação envolvendo a draga que a comunidade já possui e o Município.
Também em Barra Nova, o vice-presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Alberto, avalia que a situação é “muito grave” e defende ação conjunta da Prefeitura e do Governo do Estado. “Da forma que está, essas casas vão ser invadidas”, alertou.
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