“Eu sou mulher e negra e já cheguei ao posto máximo do Estado como governadora interina. O médico negro precisa dizer que é médico negro, a advogada negra precisa dizer que é advogada negra, para aquele menino na comunidade, que não teve oportunidade, possa se inspirar nestas pessoas”. A fala é da vice-governadora Jaqueline Moraes que participou das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, na manhã desta quarta-feira (20), no prédio da Prefeitura, no Centro. Ela entende que a pessoas precisa se afirmar como negra.
A vice-governadora assinou a transferência simbólica da capital do Estado para São Mateus, abrindo as comemorações do Dia Nacional de Consciência Negra. Um minuto de silêncio foi dado homenageando a juíza aposentada Victória Consuelo Carreira de Lima, que faleceu na noite de terça-feira (19). A programação segue no local até as 18h, com exposição e comercialização de produtos artesanais de comunidades quilombolas, palestras, oficinas, apresentações folclóricas e musicais.
Jaqueline Moraes refletiu sobre políticas afirmativas de consciência negra e destacou que o sistema de cotas é uma delas e dá resultado. Ela exemplificou que atualmente mais de 50% das vagas nas universidades são ocupadas pelo povo negro. Secretário estadual de Cultura, Fabrício Noronha ressaltou a referência de São Mateus e da região em cultura afro, com as comunidades quilombolas de Sapê do Norte. Ele disse que o Estado entende esta representatividade e instalou na região um escritório avançado da Secretaria de Cultura.
A secretária de Turismo de São Mateus, Domingas Dealdina afirmou que é preciso toda sociedade discutir o combate ao racismo. “Para quem acha que não tem que comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, que vista minha pele”, enfatizou a secretária, que é negra. Secretário municipal de Cultura, Armando Mecena frisou que é importante cada vez mais estimular a cultura negra.
Representando o prefeito Daniel Santana, que viajou para Brasília para acompanhar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o julgamento de recurso contra cassação, o vereador Francisco Amaro relatou que o Município tem uma preocupação em implementar ações voltadas aos negros. Representante da Comunidade Quilombola de São Cristóvão, Joanilson Nascimento destacou que o povo quilombola está avançando em outras áreas, não apenas em trabalhos na agricultura.