A nova cara da Cultura no Espírito Santo
Você sabe o que quer dizer transversalidade e pertencimento? Transversalidade é quando as coisas não têm barreiras se conectam entre si. Pertencimento é o sentimento de pertencer a algum lugar ou alguma coisa, parte do que te faz ser você. Transversalidade e pertencimento são princípios da nova gestão da Secretaria Estadual da Cultura (Secult), capitaneada pelo secretário Fabricio Noronha.
Através desses princípios, a gestão de Noronha terá foco na diversidade, economia criativa, territórios e, principalmente, em quem faz Cultura: as pessoas. Ao seu lado, a pasta traz novos gestores para atuarem na missão de “incluir quem não está incluído”, potencializar o fazer cultural e o uso de ferramentas para que a Cultura tenha seu ecossistema fortalecido e ainda mais pulsante.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Para botar o bloco na rua, ao lado de Noronha, os subsecretários da gestão são o procurador licenciado Pedro Virgolino e a jornalista e produtora cultural Carolina Ruas. Virgolino assume a parte administrativa da secretaria. Ele é graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Direito Processual Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Desde 2015 é procurador do Estado. “Ingressei na Secult motivado e entusiasmado para contribuir para o fortalecimento de políticas públicas na cultura”, conta.
Já Carolina Ruas é responsável por políticas culturais “vamos criar novos processos, dinamizar e fazer as políticas culturais serem cada vez mais efetivas, alcançarem cada vez mais a quem mais precisa”. A ideia é alcançar um espaço de liderança no desenvolvimento econômico, humano e sustentável do Estado. Especialista em Gestão Cultural, Carolina atuou na produção de diversos projetos e festivais culturais. Antes de assumir o cargo, ela foi gerente da Lei Rubem Braga, na Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.
ECONOMIA CRIATIVA
Na missão de fazer uma interface com o mercado e incentivar a economia criativa, a gestão fica por conta da produtora Lorena Louzada. “Vamos valorizar a criatividade e o capital intelectual para produzir riquezas, gerar emprego, distribuir renda”, planeja.
Empreendedora, produtora audiovisual, comunicadora e pesquisadora independente, Lorena é especialista em empreendimentos criativos e co-fundadora do Expurgação Filmes. Tem mais de 10 anos de experiência em produção e gestão cultural de projetos de livros, CDs, festivais de música, residências artísticas, exposições de arte, oficinas e cursos de capacitação. Já ganhou prêmio de ‘Modelo de Gestão’ do Ministério da Cultura, e pretende desenvolver ações sob a estratégia da nova gestão, usando um olhar mais contemporâneo do fazer cultural, se apropriando da inovação tecnológica, estimulando novas qualificações profissionais, promovendo a inclusão social, a cidadania, a diversidade e o respeito.
OUTROS TERRITÓRIOS
Para as políticas que envolvem os territórios de todos os tipos e as especificidades em torno da diversidade do capixaba, quem fica no comando é a artista e produtora cultural Karen Valentim. Com 25 anos, a mais jovem entre os novos gestores começou sua carreira no grafitti, e encara a gestão pública como “uma ótima oportunidade de fortalecer os diálogos dentro e fora do Estado”. Karen tem ascendência indígena, e lembra da cultura fazendo parte de sua vida não apenas enquanto artista, mas também quando conta sobre os remédios feitos com ervas por sua avó: “Vamos colaborar em processos como os de produto e serviço e também para o fortalecimento do empreendedorismo cultural e os encontros de saberes, base da cultura viva comunitária”.
A gerência é a principal interface da Secult com o Estado Presente, programa integrado de proteção social do Governo do Estado. Estão sendo planejadas ações sistemáticas com os fazedores e coletivos culturais das periferias.
PARCERIAS
O publicitário e produtor Diego Lemos ficará por conta de parcerias entre o público e o privado. Suas experiências vão da organização de eventos corporativos e conceituais de grandes marcas à visão afetuosa pelos patrimônios imateriais. Lemos foi guia turístico em Muqui quando tinha 14 anos. “A ideia é fazer com que as pessoas e as marcas percebam a importância da Cultura como força motora na transformação da sociedade e no aquecimento da economia. Além é claro, de valorizar cada vez mais nossas origens e poder formar novas plateias”, conta, otimista.
MEMÓRIA E ESPAÇOS CULTURAIS
Depois de mais de dez anos atuando em diversas partes da Secult, o músico Vinicius Fábio será responsável pela gestão integrada dos espaços culturais ligados à secretaria. São eles: Museu de Artes do Espírito Santo (Maes), Museu do Colono, Teatro Carlos Gomes, Palácio da Cultura Sônia Cabral, Galeria Homero Massena e Biblioteca Pública Estadual. “Vamos olhar para os espaços da secretaria em prol da sociedade civil buscando um diálogo entre conteúdo, programação e superação de desafios inerente a estes espaços”.
O fotógrafo e artista plástico Nicolas Soares, conhecido como “O retratista”, assumiu a coordenação da Galeria Homero Massena, no Centro de Vitória. O órgão é vinculado à Secult, e tem o objetivo de aumentar a difusão cultural por meio da galeria. “A arte é sempre um disparador porque levanta questões. A galeria tem que ser esse lugar em que se possa discutir o que é urgente na esfera pública”. Soares pesquisa e produz fotografia há doze anos. Foi professor de artes na Ufes e realizou sua primeira exposição individual na Homero Massena, em 2015.
Funcionário efetivo da Secult, o arquiteto Rodrigo Zotelli continuará responsável pela gestão do patrimônio e da memória, e se integra à nova gestão pelo foco no social. “São as relações sociais que fazem a memória do que a gente quer preservar”, dispara.
Catarina Linhales, gerente dos editais, também continua na gestão. “Privilegiar as ideias independente do dono das ideias é uma forma democrática de lidar com o recurso público”, avalia.
DIFUSÃO E COMUNICAÇÃO
Também com uma visão transversal da cultura, a jornalista e escritora Aline Dias coordenará os trabalhos de Comunicação da Secretaria, com foco na difusão cultural. “Nossa missão é democratizar o acesso às políticas públicas de cultura fazendo comunicação pública de qualidade que não apenas informe, mas valorize a cultura produzida no Espírito Santo”. Como jornalista, atuou em alguns veículos da imprensa, agências privadas e na Assembleia Legislativa. Tem quatro livros publicados e experiência em produção de eventos ligados à Música e Literatura.